Na manhã desta terça-feira (23), cerca de 300 trabalhadores vinculados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Goiânia (GO).
O grupo se reuniu com representantes do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e apresentou as reivindicações do movimento no estado, como a ampliação no número de famílias cadastradas no Programa Nacional de Reforma Agrária e no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que viabiliza a compra da produção de pequenos agricultores.
“A gente apresentou a nossa pauta ao Incra, ao MDA e estamos agora à espera para ver o que eles conseguem viabilizar”, afirma Elaine Alves, da direção estadual do MST em Goiás.
A ação em Goiás abriu a Jornada Nacional por Alimento Saudável e Reforma Agrária, que terá atividades em 24 estados até o dia 27 de julho. A iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção do governo federal e da sociedade civil para temas urgentes do movimento, como a reforma agrária e o acesso a recursos para a produção de alimentos saudáveis. Para o biênio 2024/2025, o Plano Safra destinou R$ 475 bilhões em crédito, sendo R$ 400,58 bilhões para os grandes empresários do agronegócio. Os pequenos agricultores ficaram com apenas R$ 74,98 bilhões.
A facilitação de acesso a crédito para os pequenos agricultores e a garantia de recursos para a construção de moradias nos assentamentos também entram na pauta da jornada. “Nós temos um déficit muito grande de habitação em nossos assentamentos”, ressalta Diego Moreira, da direção nacional do setor de produção do MST. Atualmente, 100 mil famílias assentadas precisam de casa e outras 400 mil aguardam reforma em suas moradias.
Até a conclusão desta reportagem, os trabalhadores estavam no Incra aguardando resposta sobre as reivindicações apresentadas. “Estamos aqui acampados sem tempo determinado para ir embora até que essa pauta, que é lançada para o Incra desde 2014, seja resolvida”, ressalta Eliane.
A jornada propõe ações em quase todos os estados do Brasil, com exceção do Amazonas, Acre e Amapá, onde o MST não está organizado. “Temos o objetivo de envolver o máximo dos nossos acampamentos e assentamentos e, desde os municípios, poder apresentar a nossa pauta”, finaliza Moreira.
Edição: Thalita Pires