Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), as vendas do produto somaram 5,3 milhões de toneladas em maio de 2024, uma queda de 5,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado até maio, as andas alcançaram 25,2 milhões de toneladas, um ligeiro aumento de 0,8%. A tragédia ambiental no Rio Grande do Sul influenciou nas vendas e na confiança do consumidor, diante dos impactos nas condições de vida dos cidadãos e incertezas em relação à economia local.
O índice de confiança da construção apresentou retomada em maio, disseminada pelos segmentos de Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados, e será necessário acompanhar os efeitos secundários do desastre gaúcho nos próximos meses. O processo de reconstrução pode realçar a dificuldade na contratação de mão-de-obra qualificada. A percepção sobre a demanda tem uma melhora gradual com os estoques se aproximando da normalidade. Há uma percepção positiva também do ambiente de negócios para o segundo semestre, com o aquecimento no mercado de trabalho e alta da massa salarial.
A publicação da Medida Provisória nº 1.227, no dia 4 de junho, impacta diretamente a competitividade da indústria e o fluxo de caixa das empresas, pois limita e impossibilita a compensação de créditos tributários de PIS/COFINS. O setor reclama que a medida vai na contramão das premissas do governo, prevista no programa Nova Indústria Brasil. Mesmo diante desses entraves, a indústria brasileira de cimento segue otimista com a ampliação do orçamento anual do FGTS para habitação, o que irá aquecer mais o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), programa que desempenha importante papel na demanda do produto. “Em apoio à população gaúcha afetada pelas fortes inundações e chuvas, as fábricas de cimento instaladas no Rio Grande do Sul estão em plena operação para ajudar em sua reconstrução, com abastecimento normalizado do produto, que será indispensável para execução das centenas de obras que serão necessárias em todo o Estado”, disse Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.