A pobreza alimentar voltou a crescer na Itália, atingindo 500 mil pessoas a mais em 2023, informou o quinto relatório sobre o tema publicado pela ActionAid e apresentado nesta quarta-feira (16), por ocasião do “Dia Mundial da Alimentação”.
O estudo revela que, no ano passado, 4,9 milhões de italianos, ou 8,4% da população acima de 16 anos, não tiveram acesso a uma refeição completa a cada dois dias.
Além disso, a impossibilidade de comer fora de casa com familiares ou amigos pelo menos uma vez por mês afetou 2,9 milhões de pessoas, ou seja, 5,8% dos italianos com mais de 16 anos.
Na Itália, entre 2019 e 2022, a privação alimentar material – incapacidade de comer uma refeição completa de carne, frango, peixe ou o equivalente vegetariano ao menos uma vez a cada dois dias – caiu de 9,9% para 7,5%, enquanto a privação alimentar social reduziu de 6,9% para 4,8%.
Segundo o documento, a ajuda alimentar distribuída nos últimos 5 anos também aumentou 40%, sendo que o ranking de beneficiários é liderado por Roma (152.572 pessoas), seguida por Palermo (115.796), Catânia (81.699), Nápoles (73.609) e Milão (62.157).
Já no mundo, conforme análise recente da “Save the Children”, mais de 17,6 milhões de crianças nasceram em condições de fome no ano passado, um quinto a mais do que em 2013, o que equivale a 33 crianças com fome a cada minuto.
Os números da Organização das Nações Unidas (ONU) falam ainda de 733 milhões de pessoas com fome em decorrência das guerras, problemas climáticos e crises econômicas. Ainda segundo a instituição, 2,8 bilhões não têm uma alimentação correta.
A má alimentação também afeta cada vez mais os italianos. De acordo com a pesquisa “Arianna”, realizada pelo Instituto Superior de Saúde (ISS) da Itália, apenas 5% da população do país segue a dieta mediterrânea, “devido a uma ocidentalização dos hábitos alimentares”.