O papa Francisco recebeu neste sábado (26) o prêmio “É Jornalismo”, declarando que costuma recusar premiações mas que decidiu aceitar a honraria por acreditar na “urgência de uma comunicação construtiva”.
“Antes mesmo de me tornar bispo de Roma, normalmente declinava os prêmios.
Continuei a fazer assim como Papa”, disse o pontífice, acrescentando que mudou de ideia por acreditar no propósito de uma comunicação “que favoreça a cultura do encontro e não do confronto, a cultura da paz e não da guerra, da abertura ao outro e não do preconceito”.
A organização do prêmio definiu a escolha pelo Papa como inédita: “Mas se enquadra perfeitamente no objetivo da fundação do prêmio, em 1995: ajudar o jornalismo a ser mais consciente de seu papel de livre expressão e contribuição à construção da justiça através do serviço à verdade”.
“Com sua mensagem, o Papa interpreta a coragem de usar o diálogo com palavras de paz. O júri considera a escolha um sinal importante para o mundo da informação, especialmente as gerações mais jovens de jornalistas”, disse, em comunicado.
Em seu discurso, Francisco expressou esperança “de que hoje, em uma época em que parece que todos comentam tudo, dispensando os fatos e antes de apreender a informação, se descubra e se retorne ao cultivo do princípio da realidade. A realidade é superior à ideia, sempre”.
“E ao dinamismo dos fatos, que nunca são imóveis e sempre evoluem, em direção ao bem ou em direção ao mal, para não correr o risco de que a sociedade da informação se transforme na sociedade da desinformação”, acrescentou.
O Papa também elencou o que considera os “pecados do jornalismo”: “A desinformação, a calúnia, a difamação e a ‘coprofilia’, ou amor pelo escândalo e sujeira”.