Chegou a três o número de mortos no desabamento de um passadiço, tipo de corredor externo que conecta apartamentos em edifícios, em um prédio da periferia de Nápoles, sul da Itália.
A terceira vítima da tragédia é Patrizia Della Ragione, 53, que havia sido internada com múltiplos traumatismos no Hospital Cardarelli.
Ela era mãe de Roberto Abbruzzo, 29, que faleceu no local da queda, ocorrida na noite de segunda-feira (22), e tia de Margherita Della Ragione, 35, que chegou a ser hospitalizada, mas também não resistiu aos ferimentos.
Dois filhos de Patrizia – Giuseppe e Luisa Abbruzzo, de 34 e 23 anos, respectivamente – seguem internados, assim como quatro netas. O saldo provisório do desabamento é de três mortos e 12 feridos.
O incidente ocorreu em uma das famigeradas “velas de Scampia”, conjunto habitacional com prédios em formato de vela e que, nas últimas décadas, se tornou símbolo da degradação urbana e do poder da Camorra nesse bairro de Nápoles.
A “Vela Celeste”, nome do prédio, é uma das únicas unidades do conjunto que permanecem de pé, enquanto a maioria foi demolida nos últimos anos no âmbito de um amplo projeto de requalificação urbana.
O corredor ficava entre o segundo e o terceiro andares do edifício, e o desabamento teria ocorrido durante uma discussão entre duas famílias.
Antes dominadas pela Camorra, as Velas de Scampia foram palco em 2004 de uma guerra entre clãs mafiosos pelo controle do crime organizado na região. O conflito durou quase um ano e chegou a registrar mais de um homicídio por dia.
Em função desse histórico, uma das velas foi usada como locação de “Gomorra”, série inspirada no livro homônimo de Roberto Saviano.