O líder da ala política do grupo fundamentalista islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em um ataque aéreo em Teerã, capital do Irã, aonde o dirigente havia viajado para acompanhar a posse do presidente Masoud Pezeshkian.
A residência de Haniyeh foi atingida por um míssil guiado por volta de 2h (horário local) da madrugada desta quarta-feira (31), em uma operação atribuída a Israel, que ainda não se pronunciou.
A morte é investigada pelo Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica do Irã, e o Conselho de Segurança Nacional do país realizou uma reunião na residência oficial do guia supremo Ali Khamenei, que prometeu uma “punição dura contra o regime sionista”. O presidente Pezeshkian também disse que Teerã “defenderá sua integridade territorial” e fará Israel “se arrepender de sua ação covarde”.
Já os houthis, grupo rebelde que controla a maior parte do Iêmen, afirmaram que o ataque a Haniyeh é um “crime terrorista atroz e uma flagrante violação das leis”. O governo da Turquia, por sua vez, condenou o “vergonhoso assassinato” e acusou Israel de querer transformar a guerra em Gaza em um conflito regional.
A Rússia também se pronunciou e definiu a morte do dirigente do Hamas como “absolutamente inaceitável” e destacou que a ação provocará uma nova escalada da tensão no Oriente Médio.
No entanto, segundo Abdul Salam, filho de Haniyeh, “a resistência não acaba com o assassinato dos líderes”, e o Ministério das Relações Exteriores do Irã prometeu que o sangue do dirigente do Hamas “não será desperdiçado”.
O assassinato de Haniyeh deve dificultar as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, palco de uma guerra que já dura quase 10 meses e deixou cerca de 40 mil mortos, em sua maioria civis.
Nas últimas semanas, Israel também realizou bombardeios contra os houthis no Iêmen e o Hezbollah no Líbano, alimentando temores de que o conflito se espalhe pela região. O funeral de Haniyeh está marcado para quinta-feira (1º), em Teerã, e o corpo será sepultado em Doha, no Catar.