Começa nesta sexta-feira (1º) a 15ª Janela Internacional de Cinema do Recife. A edição deste ano, que segue até o dia 8 de novembro, será marcada pela reabertura do tradicional Cinema São Luiz, fechado há quase dois anos, e por realizar a primeira exibição na capital pernambucana do longa Ainda estou aqui, indicado pelo Brasil ao Oscar de 2025. As sessões acontecem no São Luiz e na Sala Museu do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Casa Forte. Os ingressos custam R$ 5, a meia entrada, e R$ 10, a inteira.
As sessões de curta-metragens são gratuitas. As exibições no São Luiz têm ingressos vendidos tanto na bilheteria como antecipadamente, na plataforma Sympla. Já as sessões na Fundaj/Museu do Homem do Nordeste têm ingressos vendidos exclusivamente na bilheteria do local, a partir de uma hora antes de cada exibição. O Cinema São Luiz fica na rua da Aurora, n.º 175, bairro da Boa Vista, Centro da cidade; e o Cinema da Fundaj/Museu fica na avenida 17 de Agosto, n.º 2187, Casa Forte, Zona Norte da capital pernambucana.
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O festival apresenta filmes que ainda não estrearam nos cinemas, mas também clássicos do cinema internacional. Ao longo de oito dias serão exibidos mais de 100 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Outro destaque são os curtas estrangeiros exibidos no Festival de Cannes (FRA) deste ano.
Cinco sessões têm acessibilidade, com legendas para surdos e ensurdecidos (LSE), Libras e audiodescrição. É o caso de Manas (dia 1º, no São Luiz), que marca a abertura oficial do festival, Kasa Branca (dia 3, no São Luiz), além dos pernambucanos A transformação de Canuto (dia 4, no São Luiz), Seu Cavalcanti (dia 5, o São Luiz) e Tijolo por Tijolo (dia 8, no São Luiz).
Manas, de Mariana Brennand, é o primeiro longa de ficção da documentarista brasiliense, que é sobrinha-neta do artista visual pernambucano Francisco Brennand. No filme, estrelado por Dira Paes e gravado totalmente na região amazônica, uma adolescente da Ilha do Marajó (PA) decide confrontar as violências que ferem as mulheres em casa e nas balsas. Em setembro, a diretoria conquistou o prêmio de cineasta emergente no Festival de Veneza.
Nesta sexta (1º), a programação inclui as exibições de East of Noon (Egito e Países Baixos, às 14h), Dahomey (França e Senegal, às 16h), com o curta pernambucano Sonho em Ruínas (de Priscila Nascimento) entre eles. Depois vem Tudo que imaginamos como luz (Índia, França e Itália, às 17h30). Após a sessão oficial de abertura, com Manas, haverá a exibição do curta brasileiro Descamar e, em seguida, o clássico de terror Carrie, a Estranha, de 1976 (EUA, às 23h).
No sábado a programação começa no Cinema da Fundação/Museu. Têm início também as mostras competitivas de curtas, com entrada gratuita. Em Casa Forte, a programação inicia com uma sessão de curtas, às 14h, seguida de Caught by the Tides (China, às 16h), Eros (Brasil, às 18h) e Grand Tour (Portugal, França, Itália, Alemanha, China e Japão, às 20h30).
Ainda no sábado, no São Luiz, as sessões começam pela manhã, com Love Streams (EUA, às 11h), tendo ainda Os Hiperbóleos (Chile, às 14h40), uma mostra competitiva com quatro curtas brasileiros (de Alagoas, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo), em seguida os longas O Pardal na Chaminé (Suíça, às 18h), o pernambucano Ainda não é Amanhã (de Milena Times, Brasil, às 20h15) e o clássico Depois de Horas, de Martin Scorsese (EUA, às 22h30).
No domingo, às 19h30, vem a sessão mais aguardada do Festival, com o longa Ainda estou aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro. Os ingressos à venda no Sympla para esta sessão já esgotaram, mas 10% dos tickets serão vendidos na bilheteria do São Luiz, a partir das 18h30. O filme tem sido premiado internacionalmente e já foi escolhido como filme brasileiro indicado para avaliação da Academia visando a premiação do Oscar.
O longa Ballon D’Or, produzido numa parceria entre Guiné e França, será exibido no São Luiz / Divulgação
Mas, antes, o São Luiz exibe Ballon D’Or (Guiné e França, às 11h), o clássico Amadeus, de 1984 (EUA, às 14h30); seguido de mais uma mostra competitiva com quatro curtas brasileiros (às 17h30), de Minas Gerais, Distrito Federal e Rio de Janeiro. À noite, após Ainda estou aqui, o cinema tem mais uma sessão, com o musical de comédia Hedwig – Rock, Amor e Traição (de 2011, EUA), antecipada pelo curta Cucumber/Knife (Brasil, às 22h40).
Já na Fundaj a programação inclui curtas (às 16h), seguido de dois média-metragens franceses (às 18h): Alegoria Urbana (21 min) e Não sou eu (42 min). Mais tarde, o média-metragem Mulher Maracatu (Brasil, às 20h) abre a sala para Terror Mandelão (Brasil).
O musical de comédia Hedwig – Rock, Amor e Traição (de 2011, EUA) é um dos filmes exibidos no Janela Internacional de Cinema / Divulgação
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As sessões seguem na segunda-feira, tanto no São Luiz (das 15h às 21h30), como na Fundação (das 16h às 20h). Destaques para No Other Land (Palestina e Noruega), exibido no São Luiz, às 18h30 da quarta-feira (6), e na Fundaj, às 20h da quinta-feira (7); o documentário Apocalipse nos Trópicos (de Petra Costa, Brasil), exibido no São Luiz, às 19h da quinta-feira (7). O festival encerra com os média-metragens brasileiros Retribuição (1924) e Revezes (1927), sessões cujos efeitos sonoros ficam por conta da banda de rock psicodélico Ave Sangria.
Destaque para os longas pernambucanos, todos exibidos no São Luiz. Além do já citado Ainda não é amanhã, a Janela Internacional de Cinema traz A transformação de Canuto (terça-feira, dia 5, às 21h30), de Ernesto de Carvalho e Ariel Kuaray Ortega; Seu Cavalcanti (quarta, 6, às 20h), de Leo Lacca; Tijolo por Tijolo (sexta, 8, às 17h), de Victoria Alvares e do francês radicado no Recife Quentin Delaroche; e Dormir de olhos abertos (segunda, 4, às 19h15), cuja diretora é alemã, Nele Wohlatz, mas o longa foi filmado no Recife e premiado pela Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci). Ao longo da programação do festival também há sessões em homenagem à cineasta pernambucana Kátia Mesel.
A 15ª Janela Internacional de Cinema também oferece atividades formativas, como oficinas de crítica de cinema (Janela Crítica), cujos participantes passam a compor o júri da competição de curtas; e as Aulas do janela, durante as manhãs de segunda (4) a sexta-feira (8), no hall do Cinema São Luiz, debatendo roteiro, vinheta e curadoria.
O festival é realizado pela Cinemascópio, com recursos públicos federais da Lei Paulo Gustavo, repassados tanto pela Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife, como pela Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco. O Janela de Cinema também conta com os patrocínios da empresa pública estadual Copergás, do Complexo Industrial Portuário de Suape, apoios culturais do Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA), Embaixada da França no Brasil e da Cinémathèque Afrique do Institut Français.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vinícius Sobreira