Fortes chuvas atingiram o estado de Sucre na Venezuela nesta terça-feira (2). Até as 17h (horário local), as autoridades confirmaram ao menos 2 mortos e 5 desaparecidos na região. A tempestade que caiu sobre o país durante a madrugada é consequência do furacão Beryl, que está se deslocando pelo mar do Caribe em direção à Jamaica.
A principal cidade atingida foi Cumanacoa. O rio que cruza a cidade transbordou e ao menos 6 mil casas foram atingidas pelo alagamento. Cerca de 3,6 mil funcionários da Defesa Civil estão atuando no estado para atender os atingidos. A vice-presidente do país, Delcy Rodríguez também foi para o local para acompanhar a atuação das forças de segurança.
“Estamos saindo em uma comissão de ministros para atender a situação que foi criada pelas chuvas em Sucre. Vamos atender a situação de água, comunicação, moradia e pessoas que ainda estão desaparecidas. O presidente Nicolás Maduro determinou que sejam feitas essas ações”, afirmou a vice.
Em publicação nas redes sociais, o presidente da Venezuela disse que está acompanhando a situação e prestou apoio e solidariedade aos moradores da região.
“Desde a madrugada estou em contato com o governador, o prefeito e outras autoridades, atendendo às emergências decorrentes das fortes chuvas causadas pela passagem do furacão Beryl que afetou Cumanacoa, no estado de Sucre. Todo o meu apoio e solidariedade. As forças de segurança e salvamento estão ativas e alertas nas zonas mais afetadas para servir a população em tempo real. Sempre com vocês, mais uma vez superaremos todas as dificuldades”, publicou Maduro.
De acordo com o governador de Sucre, Gilberto Pinto, as regiões de La Fragua, Barrio Blanco, Avenida José Antonio de Sucre, Las Tinajitas, Trincheras, Los Cedros e Palenque foram as mais atingidas. Uma escola em Cumanacoa foi destinada como espaço para atender as pessoas atingidas. O governo também anunciou o fechamento do acesso a essa zona.
O governador de Mérida, Jehyson Guzmán, já instalou de forma preventiva o Comitê de Gestão de Riscos em Mérida. Segundo ele, já há “experiência de que alguns desses fenômenos nos afetaram, especialmente com o golpe de cauda, quando o furacão passou pelas nossas costas”.
Furacão Beryl
O furacão está classificado na categoria 5 pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) e pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Inameh). Esse é o maior nível para um furacão. O fenômeno já atingiu as ilhas das Antilhas, causando pelo menos cinco mortes.
O furacão avança no sentido da Jamaica e já deixou pelo menos três mortos em Granada e um em São Vicente e Granadinas. De acordo com o NHC, o fenômeno gerou ventos que chegam a 270km/h nos países caribenhos. A projeção do instituto é que ele perca força ao chegar na Jamaica, mas ainda assim atingirá o país como uma tempestade, com ventos potencialmente mortais, enormes ondas, chuvas e inundações.
Segundo a agência AFP, o Beryl é “o furacão de categoria 5 mais precoce já registrado no Atlântico”. Esse é o furacão mais forte registrado no Caribe em um mês de julho. O Beryl foi o primeiro furacão da temporada 2024 no Atlântico, que vai do início de junho até o final de novembro.
O Beryl tocou o solo pela primeira vez na segunda-feira (1) em Granada. O NHC afirmou que “o olho do Beryl continuará a se mover rapidamente pelo sudeste e centro do mar do Caribe hoje (terça-feira)” e deve passar perto da Jamaica na quarta-feira e das Ilhas Cayman na quinta-feira. O fenômeno deve chegar ao México até o final de semana.
Edição: Rodrigo Durão Coelho