O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), general Herzi Halevi, pediu que as tropas se preparem para uma “possível” incursão terrestre no Líbano, enquanto o premiê Benjamin Netanyahu autorizou a abertura de negociações com os Estados Unidos para um cessar-fogo temporário.
“Dá para ouvir os aviões daqui, estamos atacando o dia inteiro, seja para preparar o terreno à possibilidade de um ingresso, mas também para continuar atingindo o Hezbollah”, declarou Halevi em discurso para uma brigada militar na fronteira entre os dois países.
“Hoje o Hezbollah ampliou seu raio de fogo [com um míssil direcionado a Tel Aviv]. Mais tarde, receberá uma resposta muito forte. As botas de vocês entrarão nos vilarejos que o Hezbollah transformou em amplos postos militares. Vocês encontrarão milicianos e mostrarão para eles o que significa enfrentar um exército profissional, altamente qualificado e com experiência. Vocês os destruirão”, acrescentou o general para suas tropas.
As IDF também anunciaram a mobilização de duas brigadas de reservistas no norte de Israel, prenunciando uma possível invasão terrestre ao Líbano, palco de bombardeios desde o fim da semana passada.
Paralelamente, segundo o portal Ynet, Netanyahu autorizou a abertura de negociações com os EUA para um cessar-fogo temporário. No entanto, como os EUA não falam com o Hezbollah, considerado terrorista por Washington, os contatos seriam indiretos por meio dos governos libanês, da França e de outros países europeus.
A fronteira entre Líbano e Israel é palco de tensões desde o início da atual guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. No entanto, a situação se agravou há cerca de uma semana, quando explosões coordenadas de pagers e walkie-talkies atribuídas pelo Hezbollah – grupo aliado do Hamas e do Irã – a Israel deixaram dezenas de mortos.
Nos dias seguintes, as IDF lançaram diversos bombardeios contra o sul do Líbano, o Vale do Beqaa e zonas da capital Beirute onde estariam escondidos mísseis do movimento xiita.
O balanço de quase uma semana de ataques é de mais de 600 mortos, incluindo dezenas de crianças e mulheres, mas também comandantes de alto escalão do grupo extremista, além de milhares de feridos.
O temor da comunidade internacional é de que a escalada da tensão no Oriente Médio arraste toda a região para um conflito de grandes proporções e potencialmente catastrófico.