Um tribunal de Bolonha confirmou a pena de prisão perpétua para Paolo Bellini, ex-agente nacional e um dos mandantes do massacre ocorrido em uma estação da cidade italiana em 1980, que deixou 85 mortos e mais de 200 feridos.
O homem de 71 anos, antigo terrorista da organização neofascista Avanguardia Nazionale (AN), acompanhará os já condenados Giusva Fioravanti, Francesca Mambro, Luigi Ciavardini e Gilberto Cavallini, todos considerados instigadores, financiadores ou organizadores do ataque.
Os magistrados bolonheses também confirmaram as penas do ex-capitão dos carabineiros Piergiorgio Segatel, acusado de desorientação, e Domenicho Catracchia, investigado por dar informações falsas ao Ministério Público para desviar a atenção das autoridades. Os dois pegaram seis e quatro anos de detenção, respectivamente.
Os motivos da sentença serão divulgados em até 90 dias, mas Bellini não esteve presente no tribunal quando o veredicto foi lido. No entanto, diversos familiares das vítimas marcaram presença.
“Foi muito importante para confirmar a verdade que surgiu nas duas instâncias. Ainda não acabou, sabemos muito bem que haverá recurso, mas foi uma decisão importante para as famílias das vítimas, porque é a palavra que os 85 não podem falar”, disse Anna Pizzirani, vice-presidente de uma associação das vítimas do ataque ocorrido em 2 de agosto de 1980.
O atentado em Bolonha aconteceu às 10h25 (horário local), por meio de uma bomba-relógio que explodiu dentro de uma sala de espera da estação ferroviária, que no momento estava repleta de pessoas, principalmente turistas. A explosão destruiu grande parte do edifício central do local e atingiu o trem que passava. O teto da sala de espera cedeu com o acionamento da bomba e desabou em cima das vítimas. Entre as pessoas que morreram no atentado, estavam quatro crianças com menos de 10 anos de idade. No entanto, grande parte das vítimas tinha entre 20 e 27 anos.