A guerra entre Israel e Palestina chega ao seu 11º dia com cenas de violência extremamente chocantes na Faixa de Gaza. A região que já era isolada pelos Israelenses, sofre o corte de água, luz e energia desde o quarto dia de conflito. Israel também “recomendou” o deslocamento de milhões de pessoas, do norte para o sul, sob a justificativa de uma invasão por terra, ar e mar na região.
Ao todo, 2.800 pessoas, em sua gigantesca maioria de civis, incluindo crianças, foram mortas no território palestino, neste que já é o mais sangrento ataque de Israel contra a região. Em Israel, foram mortas 1.400 pessoas desde o início do conflito, o maior número de vítimas desde a fundação do país em 1948, após um ataque do grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2006.
Para os palestinos, além dos ataques contra centros médicos, socorristas e inocentes, o que mais tem gerado indignação é o silêncio da comunidade internacional ao que parecem configurar crimes de guerra cometidos por Israel no conflito, entre eles, o alegado uso de armas químicas, como as bombas de fósforo, o deslocamento forçado dos palestinos e os cortes de água, luz e ajuda humanitária.
“Para mim e para muitos palestinos, a comunidade internacional é a principal responsável por isto. Talvez seja incômodo para a comunidade internacional essa declaração, mas quando ela permite a criação do estado de Israel e não permite a criação do estado da Palestina, ela é cúmplice”, afirma Ibrahim Alzeben, Embaixador da Palestina no Brasil.
Alzeben deixou o Brasil em direção à Cisjordânia uma semana antes do início da guerra para cumprir um período de férias. Ele diz que “quando a comunidade internacional fica calada e converte o tema em um assunto humanitário para refugiados palestinos, ela priva o povo palestino de seus direitos políticos, por isso ela é cúmplice”, explica.
“Antes de culpar Israel, antes de culpar a Palestina, antes de culpar alguma organização, a comunidade internacional, por seu silêncio, é responsável número um, por permitir que Israel siga praticando tudo o que praticou ao longo de 70 anos”, completa.
O embaixador é convidado desta semana no BDF Entrevista. Por conta de sua agenda e de questões técnicas, a entrevista foi realizada na última quarta-feira (11), por videoconferência, direto de Ramallah capital da Cisjordânia. No entanto, Alzeben fez um relato sobre os primeiros cinco dias de conflito e a escalada de violência de Israel contra a Palestina.
Alzeben aponta que, mesmo na Cisjordânia, que não é palco central dos bombardeios de Israel, palestinos precisam procurar rotas alternativas para se deslocar, já que colonos israelenses têm atacado palestinos em Jerusalém Oriental e outras regiões. Há também vídeos nas redes sociais que revelam colonos atirando com armas de alto calibre contra assentamentos na Cisjordânia.
Há conflitos “especialmente na cidade de Jerusalém”, explica o Embaixador. “Acho que isto foi inclusive detonador do último ciclo de violência, quando os colonos começaram a atacar e profanar a Mesquita de Al Aqsa. Aqueles fiéis começaram a defender o território e foram atacados, mulheres, homens, crianças e idosos. A mídia conseguiu, inclusive, registrar estes momentos que provocaram uma onda de indignação na população”, conta Alzeben.
“Foi também um pano de fundo para este novo ciclo de violência, que nós consideramos como continuidade daquelas guerras de 1948, que já foi repetidamente colocada como premissa, porque Israel, desde 1948, vem provocando, massacrando, empurrando e convertendo o povo palestino em refugiados, negando os seus direitos, violando o direito internacional humanitário”, completa.
Confira a entrevista na íntegra:
Brasil de Fato: O senhor voltou para a Palestina para passar férias alguns dias atrás e foi surpreendido com o início da guerra. Qual tem sido a rotina de quem está vivendo na Cisjordânia neste momento?
Ibrahim Alzeben: Bom, primeiro que a Cisjordânia é igual a Gaza, um território ocupado. A diferença é que Gaza não tem mais colônias [judaicas]. Gaza é um território minúsculo, de 365 km quadrados, onde vivem 2 milhões de habitantes. Está bloqueado totalmente desde que retiraram as colônias, por terra, por mar e por ar. São somente quatro entradas e saídas, uma para o Egito e três para Israel, duas para uso comercial e uma para uso pessoal. Todas estas entradas e saídas, que chamam checkpoints, foram totalmente fechadas e abrem arbitrariamente conforme o desejo das autoridades da ocupação.
O que eu quero dizer é que Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental são territórios ocupados. Israel anexou, desde 1981, a cidade de Jerusalém e considerou como parte de sua capital a grande Jerusalém, que até o momento é considerado pelo direito internacional como território ocupado, contrariando esse direito internacional. A Cisjordânia está praticamente como uma mesa de xadrez. Ao longo destes anos, criaram vários assentamentos.
Esses assentamentos têm estradas exclusivas para os colonos e o que estamos sofrendo neste momento é que esses colonos, apoiados pelo exército, impedem o movimento do povo palestino na Cisjordânia, entre um lugar e outro. A gente precisa procurar, algumas vezes, com muito risco, um alto risco, alguns caminhos alternativos. A Cisjordânia é um território palestino sob ocupação militar férrea. A Faixa de Gaza está sob bombardeios durante dias consecutivos, é praticamente uma limpeza física e étnica, que está cobrando a vida de milhares de palestinos.
O senhor comentou no começo da nossa conversa, antes de entrarmos no ar, que para além dos ataques militares, há também um ataque dos colonos, diretamente aos palestinos. São intimidações, vimos inclusive vídeos com colonos atirando contra palestinos. O que tem acontecido nessa área, embaixador?
Especialmente na cidade de Jerusalém e eu acho que isto foi inclusive detonador do último ciclo de violência, quando os colonos começaram a atacar e profanar a Mesquita de Al Aqsa [em Jerusalém}. Aqueles fiéis começaram a defender o território e foram atacados, mulheres, homens, crianças e idosos. A mídia conseguiu, inclusive, registrar estes momentos que provocaram uma onda de indignação na população.
Foi também um pano de fundo para este novo ciclo de violência, que nós consideramos como continuidade daquelas guerras de 1948, que já foi repetidamente colocada como premissa, porque Israel, desde 1948, vem provocando, massacrando, empurrando e convertendo o povo palestino em refugiados, negando os seus direitos, violando o direito internacional humanitário.
Há milhares de resoluções das Nações Unidas que exigem uma solução pacífica para este conflito. Nós concordamos, em 1993, e assinamos o Acordo de Oslo, que tinha como fim a criação do estado da Palestina, que foi indicado e anunciado em 1947, mas que nunca foi criado. A resolução recomenda a criação de dois estados, um estado que é Israel e o estado da Palestina. O estado de Israel foi criado e foi avançando até ocupar todo o território palestino. Estas atividades em Jerusalém, as agressões contra os campos de refugiados, começando pelos campos de refugiados em Jenin, os campos de refugiados perto de Nablus, essa fúria começou praticamente a ser palco destes conflitos atuais.
Nós lamentamos, em primeiro lugar, o silêncio da comunidade internacional. Para mim e para muitos palestinos, inclusive de altos níveis, a comunidade internacional é a principal responsável disto. E talvez seja incômodo para a comunidade internacional essa declaração, mas quando ela permite a criação do estado de Israel e não permite a criação do estado da Palestina, ela é cúmplice.
E quando essa comunidade internacional fica calada e converte o tema em um assunto humanitário, de ajuda humanitária a refugiados palestinos, ela priva o povo palestino de seus direitos políticos, por isso ela é cúmplice. Portanto, antes de culpar Israel, antes de culpar a Palestina, antes de culpar alguma organização, a comunidade internacional, por seu silêncio, é responsável número um, por permitir que Israel siga praticando tudo o que praticou ao longo de 70 anos.
Porque, por exemplo, as práticas de xenofobia, racismo, o apartheid na África do Sul, acabaram? Porque a comunidade internacional – claro, sem menosprezar a luta do povo sul-africano – foi decisiva para acabar com o apartheid na África do Sul. Israel comete massacres desde 1948, começou praticamente em 9 de abril de 1948, a promover que essa população criasse colônias no território palestino, agora na Cisjordânia, é uma maneira também de privar o povo palestino de seu direito de movimentação e de criar seu estado.
A comunidade internacional é responsável e, por conseguinte, tem que atuar à altura para pôr fim a esta chacina e a este ciclo de violência que se repete praticamente diariamente aqui na Palestina e estas chacinas que se repetem a cada dois ou três anos.
Embaixador, em Gaza a situação é ainda pior do que na Cisjordânia. Foram cortados os acessos à água, energia e a entrada de mantimentos e remédios, que já era escassa, ficou ainda mais complicada. Qual o tamanho deste cerco é como está a situação por lá?
Cada vez pior. Israel está praticando muitos métodos que são considerados crimes de guerra, porque na guerra você não pode, conforme o direito internacional humanitário, cortar água, luz, alimentos e ajuda humanitária.
Até agora é uma catástrofe e que compromete a vida de milhares de palestinos dentro da Faixa de Gaza, que estão condenados a morrer, ou por bombardeio com armas de última geração, sofisticadas, proibidas internacionalmente, ou então soterrados, ou sem água, sem luz, inclusive com o ar contaminado de tantas bombas, de tanta poeira e de tantos gases tóxicos. Não sabemos como será o dia de amanhã, cada dia é pior.
Há discussões colocadas pela autoridade Palestina, entre outras autoridades, para a criação de corredores humanitários?
Isto vai depender de Israel, em primeiro lugar. Obviamente temos contato, inclusive vários outros países estão dispostos a enviar ajuda humanitária e de medicamentos. Só que depende de Israel, que controla esse espaço terrestre de Rafah, entre o Egito e Israel. Lamentavelmente este espaço foi bombardeado duas vezes. A cada hora é pior, porque os bombardeios não param e são constantes, existem mais perigos ainda, além da vida, que não é vida na Faixa de Gaza.
Essa guerra pode se estender e comprometer toda esta área, que é uma área muito perigosa, considerada como uma veia vital da economia mundial, pelo petróleo, por sua posição geográfica, por ser uma área estratégica, essa área é um caldeirão.
Nós assumimos o nosso compromisso com o direito internacional, queremos nossos direitos apenas. Acreditamos que Israel e Palestina são países que devem ser vizinhos e devem ser bons vizinhos. Temos que tratar de virar esta página triste de massacres, de perseguições e de negativas dos nossos direitos.
O Fatah tem tido grandes dificuldades em estabelecer o cumprimento desses acordos com Israel na Cisjordânia e, até por isso, muitos palestinos têm se colocado contra essas negociações, que inclusive surgiram do Acordo de Oslo. Mais de 80% dos palestinos, segundo o Centro Palestino de Pesquisa em Política e Estudos de Opinião, acreditam que os termos oferecidos pelo Fatah não são adequados. Há uma revolta muito grande da comunidade palestina. Como vocês têm lidado com esse desafio dentro do território palestino?
Quem estabeleceu estas negociações é a OLP (Organização para Libertação da Palestina), único e legítimo representante que tem o Fatah e várias outras organizações. O fato de eleger Yasser Arafat duas vezes, o fato de eleger Mahmoud Abbas, quer dizer que o povo palestino, na sua maioria – porque para vencer eleições tem que ter maioria – acreditávamos neste processo de paz.
Nós, como Autoridade Nacional Palestina, seguimos acreditando que o caminho é a paz e a negociação. O que está acontecendo agora, este massacre, onde Israel recorre à força para impor sua ocupação, demonstra que nós estamos certos. Aquelas forças, inclusive as israelenses, que querem a paz, também estão certas.
O caminho da guerra, da violência e da força, não vai trazer paz e não vai trazer independência, por isso nós seguimos acreditando. Se uma parte do povo palestino não concorda, esse é um direito legítimo, assim é a democracia. Não somos unicolor, somos um povo que tem várias correntes, tem várias tendências, tem várias formas de pensamento.
O mais importante é fazer eleições. Quem ganha é aquela tendência que o povo está aprovando. Israel não permitiu, ao longo de mais de uma década, que a gente realizasse eleições. Porquê? Porque simplesmente considera que Jerusalém não é parte da Palestina, por isso, não existem eleições em Jerusalém.
Mas, de toda maneira, este tema não é atual. O que é atual agora é como acabar com este ciclo de violência, com estas chacinas, massacres, este bombardeio indiscriminado, com a nossa gente, com 2,2 milhões de habitantes que estão sendo condenados a morrer por bombardeio, por fome, por sede e por falta de medicamentos e atenção médica.
Se uma parte do povo palestino não acredita…nós apostamos 30 anos da nossa vida neste processo de paz e não deu certo até agora. É normal que tenha alguém que seja contrário, seja 80%, 50%, 30%, não podemos falar ao certo de porcentagem porque, sob ocupação, é muito difícil fazer um censo, de fazer uma pesquisa correta.
Esse ataque encerra um ciclo de negociações ou ainda está aberto esse campo?
Esta chacina, que eu chamo de chacina, de massacre, deve abrir o espaço há um novo ciclo e este tem que ser o último ciclo de negociação, baseado no direito internacional, com garantias internacionais e criando o estado da Palestina, lado a lado com garantias internacionais, com a intervenção verdadeira, não tímida ou caolha da comunidade internacional.
Falando em comunidade internacional, os Estados Unidos sempre patrocinaram o estado de Israel. São mais de U$S 4 bilhões (mais de R$ 20 bilhões) em armamentos. Agora, obviamente, não tem sido diferente. Já foram liberados valores importantes e estão chegando armamentos para Israel. Como o senhor acredita que esse apoio pode influenciar na guerra?
Já estão sendo usadas munições que chegaram. São armas de alta tecnologia, de última geração e claro, estão utilizando a Faixa de Gaza novamente para experimentar estas armas. Obviamente os Estados Unidos não podem ser o patrocinador da paz, podem ser parte, sim, deste esforço coletivo internacional, mas não o único e exclusivo, porque demonstrou, como o senhor disse, que esse alinhado diretamente e abertamente com a ocupação.
Eles participam da ocupação, deste massacre contra o povo palestino ativamente, com armas, munições e dinheiro.
Inclusive, os Estados Unidos têm sido o fiador de uma aproximação de Israel com a Arábia Saudita. Essa aproximação entre os dois países preocupa os palestinos? Quais seriam as consequências desse tipo de acordo?
Bom, Israel trata ao máximo de ultrapassar a iniciativa de árabe de paz, primeiro com o apoio de [Donald] Trump, naquele momento, e segue agora com apoio de [Joe] Biden. O que está acontecendo atualmente demonstra que a paz se faz com a Palestina, em primeiro lugar.
Não adianta ir e cruzar 7 mil, 10 mil quilômetros para fazer paz e, na verdade, fazer guerra com o vizinho. O conflito principal é entre Palestina e Israel, o território ocupado é o território palestino, o povo que está pagando o preço, é o povo palestino. Portanto, fugir desta realidade é enganar a si mesmo.
E este ciclo de violência, de derramamento de sangue desnecessário, demonstra uma ignorância política, uma torpeza política.
Como o senhor tem visto a posição do Brasil na guerra? O país está na presidência rotativa do conselho de segurança da ONU, mas não conseguiu aprovar, nas últimas duas reuniões, uma carta conjunta de países, por exemplo, condenando os ataques.
Eu confio no Brasil, confio na política brasileira. O Brasil é um país amigo, o senhor pode abrir os sites e ver as últimas declarações de sua excelência o presidente Lula, inclusive do senhor ministro Mauro Vieira, da Indonésia, representando realmente a posição de um país amigo, que quer a paz e procura a paz.
O senhor tem mantido contato tanto com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira e com o presidente Lula para tentar sanar esse conflito?
Bom, a presidência palestina e o Ministério [de Relações Exteriores] sim, estão em contato e como lhe disse, nós confiamos no Brasil, confiamos na liderança brasileira e nas forças políticas vivas do Brasil. Brasil é um país amigo.
O senhor comentou que jornalistas se tornaram alvo de Israel nos primeiros dias de confronto em Gaza, durante os ataques israelenses. Como é que o senhor tem visto essa iniciativa de Israel de destruir as fontes de informação que podem trazer à comunidade internacional o que está acontecendo na Faixa de Gaza?
Para ocultar o crime, tem que ocultar o cadáver. São oito mortos (11 segundo o sindicato de jornalistas da Palestina), dois desaparecidos, dez feridos, 40 instituições bombardeadas e destruídas, além de residências de jornalistas. Estes números, quando estamos falando de 40 instituições, como elas vão trabalhar sem aparelhos, sem infraestrutura, quando são 10 feridos, como vão trabalhar – entre eles, fotógrafos? Quando dois estão desaparecidos, não sabemos seu destino e oito mortos?
E, além disso, nove funcionários da ONU, acabamos de receber a notícia, foram mortos. Quando baixar esta poeira, nós vamos descobrir a magnitude deste massacre contra o povo palestino. É terrível, esperamos que seja a última, para que o mundo acorde e perceba que, pela força não é possível mudar a vontade do povo que quer sua liberdade.
Sobre os organismos multilaterais, a Organização das Nações Unidas foram e tem sido, como o senhor disse durante a entrevista, muito lenientes com a causa Palestina. O senhor acredita ainda no poder de negociação desses organismos multilaterais?
O que eu acho é que a magnitude desta chacina, desta limpeza étnica e física vai dar seus frutos, vai acordar este mundo que até aqui é caolho, só está enxerga com um olho e não quero olhar com o outro. Que só quer ouvir por um ouvido e pelos dois ouvidos.
Nós não perdemos a esperança e vamos seguir trabalhando, confiando que o dia de amanhã vai ser melhor.
Em outros países, como o Líbano, por exemplo, foram registrados ataques diretos à Israel, por parte do Hezbollah. O senhor acha que esse conflito pode se escalar e envolver outros países da região? Há o risco de que isso aconteça?
Já está muito perto. Ontem houve bombardeios, hoje também. A situação é bastante delicada. Como falei no início, vivemos em uma área muito estratégica, muito importante para a economia mundial, para a segurança mundial, e esperamos que isto realmente não ultrapasse os limites, porque será catastrófico para muitos outros povos.
Por fim, qual a mensagem de quem está na Cisjordânia, neste momento, vivendo essa guerra?
Faço um chamado a toda a comunidade internacional. Estou falando de povos e de indivíduos, de instituições, de jornalistas como o senhor, que devem levar essa mensagem, porque a luta palestina precisa de vozes, precisa de línguas e de ouvidos que transmitam a verdade.
Transmitindo a verdade, nós vamos poupar vidas humanas. Nosso chamado é para que a comunidade internacional e aquelas forças e países que têm possibilidade de influência, e que tenham interesse em ajudar a pôr fim a este massacre, se somem a esta luta.
Edição: Rodrigo Durão Coelho