A China lançou nesta quarta-feira (21) uma investigação contra os subsídios dados na União Europeia a produtos lácteos, em retaliação pelas tarifas de importação impostas pelo bloco a carros elétricos de três montadoras do país asiático.
O Ministério do Comércio do país informou que a abertura do processo foi solicitado por produtores locais, citando dezenas de programas de subsídios diferentes que beneficiam a indústria de Bruxelas.
A nota divulgada pelo governo ainda revela que a investigação, que poderá levar até 18 meses para ser concluída, envolverá vários produtos lácteos importados, entre eles queijo fresco, requeijão e queijos azuis.
Entre os 20 programas de subsídios aos laticínios que serão investigados por Pequim, sete se enquadram na Política Agrícola Comum (PAC), enquanto os outros funcionam em nível nacional na Áustria, Croácia, República Tcheca, Finlândia, Itália, Irlanda e Romênia.
“A Comissão defenderá firmemente os interesses da indústria de laticínios da UE e da Política Agrícola Comum, e intervirá conforme apropriado para garantir que a investigação cumpra integralmente com as regras relevantes da Organização Mundial do Comércio”, informou um porta voz do bloco europeu.
De acordo com dados da Comissão Europeia, a UE está entre as maiores exportadoras de laticínios do mundo, enquanto a China é o segundo principal destino para seu leite desnatado e leite em pó integral.
A batalha comercial de Bruxelas contra a segunda maior economia do mundo ganhou novos contornos na última terça-feira (20), quando o poder Executivo da UE anunciou uma pequena redução nas sobretaxas alfandegárias provisórias contra três fabricantes chineses de carros elétricos.
A medida foi tomada após “interlocuções” com as montadoras afetadas: Saic, que pagará tarifas de 36,3%, Geely, com 19,3%, e BYD, com 17%.
As alíquotas anteriores eram de 37,6%, 19,9% e 17,4%, respectivamente.