Pelo menos 182 pessoas morreram em ataques israelenses no sul do Líbano nesta segunda-feira (23), maior número de vítimas no país em um único dia desde o início da guerra na Faixa de Gaza, que provocou um aumento das hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas.
De acordo com o Ministério da Saúde de Beirute, os bombardeios desta segunda também deixaram cerca de 700 feridos, e o balanço ainda deve se agravar.
Entre os mortos há “crianças, mulheres e paramédicos”, segundo o governo.
Desde a semana passada, as explosões coordenadas de pagers e walkie-talkies, ação atribuída pelo Hezbollah a Tel Aviv, e ataques aéreos de Israel em Beirute fizeram dezenas de vítimas no Líbano, cujo premiê, Najib Mikati, acusou o país vizinho de promover uma “guerra de extermínio”.
O primeiro-ministro também exortou a ONU, que recebe nesta semana os debates de líderes na Assembleia-Geral, a “desencorajar a agressão israelense”.
Já o aiatolá Ali Sistani, principal autoridade religiosa xiita no Iraque e no mundo, pediu “todos os esforços possíveis para frear” as investidas contra o Líbano.
Hospitais no sul e no leste do país interromperam cirurgias não urgentes para se concentrar nos cuidados aos feridos, enquanto cidadãos receberam mensagens israelenses pedindo que evacuassem para fugir de ataques iminentes, segundo o Ministério da Informação do Líbano.
De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), os bombardeios atingiram “mais de 300 alvos” do Hezbollah nesta segunda-feira, e os ataques continuarão ao longo do “futuro próximo”.
“As IDF realizarão ataques maiores e precisos contra alvos terroristas que estão amplamente disseminados pelo Líbano”, disse o porta-voz militar Daniel Hagari.
Ao ser questionado se Israel considera realizar uma incursão terrestre no país vizinho, Hagari respondeu que o Exército “fará todo o possível” para que residentes do norte israelense evacuados possam voltar para casa em segurança.