O candidato de extrema direita Javier Milei surpreendeu e venceu as primárias para as eleições presidenciais na Argentina, realizadas no último domingo (13).
O pleito serve para definir os nomes que disputarão a Casa Rosada em 22 de outubro, mas também como um termômetro bastante confiável da preferência do eleitorado.
Com um discurso antipolítica e ultraliberal, Milei, da coalizão A Liberdade Avança (LLA), obteve 30% dos votos, superando a aliança conservadora Juntos pela Mudança, com 28,3%, e a peronista União pela Pátria (UP), com 27,3%.
Os principais adversários de Milei serão o ministro da Economia, Sergio Massa, que recebeu 21,40% dos votos e representará a UP, e a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich, que teve 17% da preferência e vai encabeçar a chapa da coalizão Juntos pela Mudança.
Milei, no entanto, já desponta como favorito, em uma ascensão que vem sendo comparada à de Jair Bolsonaro no Brasil. “Vamos dar fim a toda essa casta política ladra e inútil”, declarou o candidato de extrema direita ao comemorar a vitória nas primárias.
“Temos condições de ganhar da casta já no primeiro turno”, acrescentou Milei, que tem entre suas propostas fechar o Banco Central e dolarizar a economia, privatizar os sistemas de saúde e educação, reduzir drasticamente a máquina pública e desregulamentar o porte de armas.
O impopular presidente Alberto Fernández, que não disputará a reeleição pelo peronismo, disse ter “ouvido a voz do povo”.
“Agora começa a verdadeira campanha em favor da democracia e dos direitos do povo. Vamos continuar unidos, defendendo a pátria e o trabalho e cuidando dos direitos das pessoas”, declarou.