O depoimento do ex-secretário Anderson Torres na CPI dos atos antidemocráticos na Câmara Legislativa do DF, previsto anteriormente para ocorrer nesta quinta-feira (9), foi remarcado para o dia 16 de março de forma reservada (sem publico e imprensa). A mudança aconteceu após votação de requerimento realizado pelo deputado Chico Vigilante (PT), presidente da Comissão.
Segundo Vigilante, a reunião terá presença permitida apenas dos membros da CPI, sem transmissão de imagens, mas garantiu que “o for dito reservadamente pode ser publicado”. O requerimento foi assinado por todos os cinco deputados da comissão que estavam presentes: Hermeto (MDB); Fábio Felix (PSOL), Jaqueline Silva (sem partido) e Pastor Daniel de Castro (PP).
Torres, que está preso suspeito de omissão e colaboração com os atos de 8 de janeiro, foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a comparecer à CPI, com o direito de permanecer em silencio. Não há, tampouco, autorização para realização de condução coercitiva contra o ex-ministro.
Subsecretária da SSP
Nesta quinta-feira (9) foi ouvida pela CPI a ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do DF, Marília Ferreira Alencar. Ela informou que alertou com antecedência os gestores da SSP sobre os riscos da mobilização golpista do dia 8 de janeiro. Segundo ela, as informações constam em relatório apresentado na antevéspera que serviu para o planejamento da segurança no dia dos acontecimentos.
Segundo Marília, que é delegada da Polícia Federal, os informes da inteligência mostravam possibilidade de “fatos alarmantes, embora não confirmados”, demonstrando que os golpistas apresentavam “ânimos exaltados, dispostos a confronto com as forças de segurança”, ocupação de prédios públicos, e que visavam a “tomada de poder”. As “frações de inteligência”, segundo Alencar, mostravam a “fotografia do momento”, mas eram atualizadas constantemente e compartilhadas com os “tomadores de decisão” da SSP.
O deputado Chico Vigilante, concluiu, ao final do interrogatório da subsecretária da SSP que houve falha na operação policial. “Cada vez mais que a gente aprofunda as investigações aqui, eu chego à conclusão de que houve uma falha brutal por parte da PM do DF”, afirmou.
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino