Um estudo da Associação Nacional dos Consórcios das Bacias (Anbi) apontou que a incidência de chuva na Itália diminuiu nos últimos 30 anos.
Entre 1991 e 2020, a média anual do país foi de cerca de 255 bilhões de metros cúbicos, cerca de 18% a menos que a marca estabelecida em 1970 durante a Conferência Nacional da Água.
Além disso, a Itália vem passando por uma severa estiagem desde o verão boreal do ano passado. O Lago de Garda, maior do país, atingiu seu menor nível em 70 anos, enquanto rio Pó pode ter valores mínimos ainda piores do que os recordes negativos de 2022.
“É incrível como apenas mil dias foram suficientes para mudar radicalmente a condição hídrica da Itália, onde os territórios do norte são os que mais sofrem”, comentou Francesco Vincenzi, presidente da Anbi.
“Será necessário um esforço coletivo nos próximos meses para gerenciar essa situação de seca total em territórios de importância fundamental para o setor agroalimentar.
Ao mesmo tempo, medidas devem ser tomadas para aumentar a resiliência das comunidades. A Itália deve se tornar um canteiro de obras de água nos próximos anos”, concluiu Vincenzi.
Segundo a Anbi, que cita dados do Conselho Nacional de Pesquisas (CNR), cerca de 3,5 milhões de pessoas vivem em áreas de seca severa ou extrema na Itália.
O problema, no entanto, não é exclusivo do país, pois o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus apontou que 63% dos rios do continente europeu apresentaram no ano passado níveis abaixo da média relativa ao período entre 1991 e 2020.