A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, reiterou nesta quarta-feira (6) que o seu governo não aceitará uma reforma do Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia (UE) se considerar as novas regras orçamentárias impraticáveis.
Os Estados-membros da UE estão atualmente negociando uma reforma do pacto, que foi suspenso desde que a pandemia da Covid-19 explodiu em 2020. Se não conseguirem chegar a um acordo, as antigas regras orçamentárias voltarão a vigorar no próximo ano.
“Você não pode dizer sim a uma reforma do Pacto se não puder respeitá-la”, disse Meloni à rádio Rtl, enfatizando que “são horas de negociações intensas” e “é um momento muito delicado”.
“Acreditamos que, para sermos sérios, a Europa deve levar em consideração as estratégias que definiu nas novas regras de governança.
Temos o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência, a transição para a energia digital. Não se pode deixar de ter em conta os investimentos que a Europa pede”, alertou.
Meloni garantiu ainda que o governo italiano está “fazendo o melhor para alcançar um compromisso eficaz, mas razoável”.
Durante a entrevista, a premiê italiana reforçou também que gostaria de ver o modelo de sua coalizão, composta por partidos de direita e de centro-direita, testado a nível da UE, tendo em vista as eleições para o Parlamento Europeu do próximo ano.
O vice-premiê e ministro dos Transportes, Matteo Salvini, tem pressionado fortemente por uma aliança entre o Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, e partidos como o seu grupo da Liga.
Mas o outro vice-primeiro-ministro de Meloni, o chanceler italiano e líder do partido conservador Força Itália (FI), Antonio Tajani, descartou a possibilidade de o PPE se associar a grupos considerados por alguns como de extrema-direita, principalmente os da Alemanha e França.
“Além das diferentes nuances dos partidos de maioria governante (italianos), que são um recurso, a coesão subjacente é clara”, disse a líder do partido Irmãos da Itália (FdI).
“Acho que devemos, de alguma forma, tentar construir o que conseguimos fazer na Itália também na Europa. Hoje temos uma grande oportunidade. O cenário possível é aquele em que conseguirmos construir uma maioria governante que seja mais compatível em termos da sua visão no Parlamento Europeu”, concluiu.