O Papa Francisco, em entrevista concedida ao canal de TV argentino C5N, falou a respeito do lawfare (perseguição política por meio de mecanismos judiciais) e citou como exemplo a condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Lava Jato. Segundo o pontífice, Lula foi condenado sem provas
“O lawfare abre caminho pelos meios de comunicação. Deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo, então, o pessoal o desqualifica e mostram a suspeita de um crime. Então, faz-se todo um sumário, um sumário enorme, onde não se encontra [provas], mas, para condenar, basta o tamanho desse sumário. ‘Onde está o crime aqui?’ ‘Mas, sim, parece que sim…’ Assim condenaram Lula”, disse o papa.
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O jornalista Gustavo Sylvestre disse na sequência que a ex-presidenta Dilma Rousseff havia sido cassada em 2016 por um “ato administrativo menor” e o pontífice emendou afirmando que ela é “uma mulher de mãos limpas, uma mulher excelente”.
O líder da Igreja Católica também invocou a responsabilidade dos meios de comunicação na promoção do lawfare. “Nenhum meio de comunicação pode escapar impune de calúnias, difamações, falsas condenações”, pontuou.
A entrevista foi gravada antes da internação do Papa Francisco no hospital Gemelli, em Roma, na última quarta-feira (29). Ele teve alta neste sábado (1º) e brincou ao dizer que “ainda está vivo” ao se deparar com jornalistas na saída.
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Edição: Glauco Faria