Pacto foi firmado durante a COP15, em Montréal, Canadá
Os países participantes da COP15, cúpula voltada à proteção da biodiversidade e realizada em Montréal, no Canadá, chegaram nesta segunda-feira (19) a um histórico acordo para tentar salvar os ecossistemas do planeta da devastação produzida pelo próprio ser humano.
O pacto prevê que, até 2030, pelo menos 30% da Terra seja considerada área protegida, além da destinação de US$ 30 bilhões por ano na segunda metade da década para ajudar países em desenvolvimento a proteger a natureza.
Atualmente, as zonas protegidas totalizam 17% da parte terrestre do planeta e 8% dos mares. Além disso, o acordo estabelece a meta de recuperar pelo menos 30% dos ecossistemas degradados e de reduzir pela metade os riscos ligados a pesticidas.
O compromisso foi anunciado nas primeiras horas do dia por Huang Runqiu, ministro do Meio Ambiente da China, país que preside a COP15, após quatro anos de negociações e apesar da objeção da República Democrática do Congo, que exigia mais recursos para ajudar os países em desenvolvimento.
“Dou as boas-vindas ao histórico resultado da COP15. O mundo concordou com metas mensuráveis e sem precedentes de proteção e recuperação da natureza e com um Fundo Global de Biodiversidade”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que trata-se de um “pacto de paz com a natureza”.
O tratado firmado na COP15 vem sendo comparado ao Acordo de Paris sobre o clima, que estabeleceu a meta de limitar o aquecimento global neste século a 2ºC acima dos níveis pré-industriais, com “esforços” para baixar esse valor para 1,5ºC.
No entanto, instrumentos previstos no Acordo de Paris, como o fundo para ajudar a luta contra a crise climática em países em desenvolvimento e as indenizações por perdas e danos provocados pelo aquecimento global, sequer saíram do papel, enquanto a própria meta de 1,5ºC já parece perto de ser quebrada.