Em 15 de março de 2018, um dia após o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, ironizou a execução da parlamentar em diálogos em um aplicativo de conversa.
“O enterro da vereadora será no Caju, mas a comemoração, alguém sabe onde será?”, perguntou Demétrio ao também delegado Allan Turnowski, que na época ocupava um cargo de diretoria na Cedae. A mensagem foi interceptada pelo Ministério Público em um dos seus 12 celulares, que foram apreendidos em junho de 2021.
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Demétrio foi condenado, na última segunda-feira (8), a quase dez anos de prisão por crime de obstrução de justiça, em regime fechado, sem possibilidade de recorrer em liberdade, em decisão tomada pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Comarca da Capital.
O trecho está na decisão do juiz Bruno Ruliére, que cita outro caso de racismo de Demétrio. Dessa vez, com uma delegada da Polícia Civil, Adriana Belém: “refere-se de forma racista a uma delegada chamando-a de ‘macaca escrota’ e ‘crioula’”, explica o magistrado.
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Quem mandou matar?
O diretor-geral da Polícia Federal (PF) disse nesta terça-feira (9), em entrevista à rádio CBN, que a investigação sobre os mandantes do assassinato de Marielle Franco deve ser concluída no primeiro trimestre de 2024, quando o crime político completará 6 anos. Atualmente dez agentes da PF trabalham com exclusividade nas investigações conduzidas pela superintendência do Rio.
“É importante dizer que estamos há um ano à frente de uma investigação de um crime que aconteceu há cinco anos, com a convicção de que ainda neste primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final do caso Marielle”, disse o diretor-geral.
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Edição: Vivian Virissimo