Por Rubens Anater
A socióloga Miguelina Paiva Vecchio, vice-presidente nacional e estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT), morreu nesta sexta-feira 7, aos 60 anos. Líder feminista e trabalhista, a pedetista gaúcha estava hospitalizada em Porto Alegre há cerca de uma semana, depois de mais de um ano lutando contra um câncer de mama.
Em nota pública divulgada nas redes sociais, o PDT destaca Miguelina como “uma das maiores lideranças brasileiras na luta por democracia”. A homenagem à pedetista acrescenta, ainda, que ela “deixou um legado marcado por seu compromisso incansável com direitos humanos, igualdade e principalmente pela inclusão das mulheres nos espaços de poder. Dedicou sua vida à causa pública, sendo uma figura notável e inspiradora em nossa nação”.
Além da vice-presidência do partido, tanto em nível nacional quanto em estadual, no Rio Grande do Sul, a líder trabalhista ocupava a presidência da Ação da Mulher trabalhista (AMT) e a presidência estadual da Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, também no Rio Grande do Sul.
Sua participação política ligada ao trabalhismo começou cedo e veio “de berço”. Nascida em 29 de janeiro de 1963, Miguelina era filha do líder sindical José Vecchio, que fundou o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) com João Goulart (Jango) e Leonel Brizola, que se tornaria, mais tarde, o principal nome do PDT.
A socióloga seguiu a tradição trabalhista do pai, mas adicionou a ela a luta feminista. Foi servidora no Legislativo gaúcho, no cargo de assessora técnica da bancada do PDT e das Comissões de Serviço Público e de Cidadania e Direitos Humanos. Ocupou também a vice-presidência da Internacional Socialista de Mulheres (ISM), desde 2009. Segundo nota do PDT, ela também foi secretária de organização da executiva do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do RS, além de presidente do mesmo Conselho. Foi, ainda, coordenadora geral do Fórum Nacional de Mulheres de Organismo de Partidos Políticos.
Carlos Lupi, que pediu licença da presidência do PDT depois de assumir o Ministério da Previdência Social do governo Lula, lamentou a morte da correligionária e afirmou que o partido perdeu uma “guerreira das causas feministas, guerreira do trabalhismo, guerreira contra as discriminações, guerreira da vida”.
O presidente nacional em exercício, André Figueiredo, que substituiu Lupi inteirinamente na presidência do partido, manifestou-se em suas redes dizendo que Miguelina “era e sempre será de luta. De luta e de saudade”.