Os metroviários de São Paulo decidiram que não farão nova greve na próxima terça-feira (31) e que seguirão, em conjunto com outras categorias, na campanha contra as privatizações, terceirizações e demissões feitas pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os próximos passos da mobilização serão definidos em nova assembleia no dia 31.
As duas questões foram colocadas em votação online depois que, na última terça (24), o Metrô demitiu cinco funcionários e suspendeu outros quatro por conta de uma paralisação surpresa de três horas feita no feriado de 12 de outubro.
Três dos suspensos, por serem membros do Sindicato dos Metroviários, ficarão sem remuneração para serem submetidos a inquérito no Tribunal Regional do Trabalho, que vai deliberar sobre possível demissão pelo que a empresa estatal considera “falta grave”. O sindicato os considera já demitidos e denuncia a medida como “arbitrária” e “antissindical”.
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A proposta de cruzar os braços no dia 31 foi apresentada pelo sindicato como uma forma de reagir ao que nomeiam como uma “clara retaliação” do governo Tarcísio à luta dos trabalhadores contra as privatizações.
“Respeitamos a vontade da categoria”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, sobre a deliberação da assembleia. “Orgulho da disposição de mais de 85% dos trabalhadores de ampliar a luta unificada contra as privatizações, terceirizações e demissões”, destacou nas suas redes sociais.
No último 3 de outubro, os funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) fizeram uma greve unificada de 24h com esse mote.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) anunciou que também vai integrar a campanha, que planeja nova paralisação conjunta no próximo mês.
“Tarcísio declarou guerra contra a gente quando falou que ia privatizar tudo até 2025”, ressaltou Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários, durante assembleia na última quarta (25). Ele é um dos que foram suspensos pela empresa estatal. “E a unidade que a gente fez é fundamental para vencer essa luta”, prosseguiu: “É a única chance que a gente tem de vencer a luta contra a privatização: unir todos os setores”.
Edição: Nicolau Soares