Premiê italiana também criticou repressão no Irã
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, participou do segundo dia da Conferência dos Embaixadores da Itália nesta quinta-feira (22) e afirmou que seu governo vê a União Europeia, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como “pilares da política externa”.
Durante a fala, a chefe do Executivo italiano ainda destacou que o país “precisa ter um papel de protagonista” nessas instituições e citou também a atual invasão da Rússia na Ucrânia como um exemplo que “ensina que não se pode prescindir das nossas atuações mais resilientes e competitivas”.
“Isso foi até um debate longo no último Conselho Europeu. A Europa parece estar sempre jogando na defensiva. Estavam debatendo sobre o plano anti-inflação dos Estados Unidos. Não podemos só debater esses problemas quando os outros já nos colocam em dificuldades. Sobre isso, há um grande trabalho a fazer, mas falar muito sobre esses temas mais do que outras questões menos importantes já é uma boa notícia”, afirmou.
Mas, sobre a guerra ucraniana, Meloni elogiou a resiliência do povo local em resistir aos ataques russos contra a infraestrutura nas últimas semanas, que faz com que o país sofra com fornecimento de serviços básicos.
“Em todas as culturas, essa parte do ano é a vitória da luz sobre as sombras, mas a Ucrânia vive quase todos os seus dias sem energia elétrica. Para entender como os ucranianos estão vivendo, peço a todos os italianos que desliguem a energia por uma hora ao dia para entender o que significa ter pessoas que defendem a liberdade e o amor à pátria”, pontuou.
Diretamente aos embaixadores, Meloni agradeceu pelo “trabalho silencioso, fundamental e estratégico que vocês levam adiante a cada dia no interesse de nossa nação”. “Vocês são bandeiras da Itália no sentido de serem portadores de uma identidade que sempre é a base de qualquer diálogo possível”, acrescentou.
A chefe do governo italiano ainda disse que “sempre se perguntou” sobre como a vida de um embaixador ou diplomata é “difícil” porque “é ser sempre alguém desenraizado de seu próprio contexto, que recomeça sempre e sem criar raízes”. “Mas isso só é possível fazer se houver raízes dentro de si. Obrigada pelos sacrifícios que vocês fazem”, pontuou.
Irã
A primeira-ministra ainda aproveitou para reforçar sua posição sobre os protestos em defesa dos direitos das mulheres no Irã e a execução de pessoas que estavam se manifestando nas ruas de todo o país.
“Somos solidários a eles e considero a violência contra manifestantes pacíficos e contra as mulheres no Irã algo inaceitável”, afirmou aos jornalistas ao fim do encontro com os embaixadores.
Assim como Meloni, o presidente do país, Sergio Mattarella, e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, também condenaram a repressão iraniana durante suas falas na conferência.