30 pessoas dividirão cerca de 8 milhões de euros
Um tribunal condenou a Presidência do Conselho dos Ministros da Itália a pagar 8 milhões de euros para 30 pessoas afetadas pelo terremoto que devastou a cidade de L’Aquila em 6 de abril de 2009.
A sentença foi emitida pelo Tribunal Cível de L’Aquila em um processo sobre garantias dadas pelo então vice-chefe da Defesa Civil, Bernardo De Bernardinis, em 31 de março de 2009.
Na ocasião, De Bernardinis assegurou que L’Aquila não estava em perigo, apesar de a cidade ter sido sacudida por uma série de terremotos de baixa intensidade nas semanas anteriores. As declarações do dirigente induziram muitos moradores a ficar em suas casas e a não tomar medidas adequadas para se proteger de novos abalos sísmicos.
No entanto, em 31 de março de 2009, um tremor de 6.3 na escala Richter devastou L’Aquila e deixou um saldo de 309 mortos, 1,6 mil feridos e dezenas de milhares de desabrigados.
Até hoje, o município de 70 mil habitantes e as outras áreas atingidas não foram totalmente reconstruídos. “Bernardo De Bernardinis tinha afirmado: ‘Não há perigo, a comunidade científica continua me confirmando que é uma situação favorável’. Tais declarações incidiram no comportamento dos cidadãos”, diz a sentença do juiz Baldovino De Sensi.
De Bernardinis já havia sido condenado em um processo penal a dois anos de prisão. A indenização será repartida entre as 30 pessoas de acordo com os danos sofridos no terremoto, e o pagamento cabe à Presidência do Conselho dos Ministros, órgão ao qual é subordinada a Defesa Civil.
“A Presidência do Conselho dos Ministros tinha a concreta possibilidade de verificar a correção das atividades do imputado”, acrescenta De Sensi.