O jornalista italiano Franco Di Mare morreu nesta sexta-feira (17), em Roma, aos 68 anos, em decorrência de um câncer “muito grave”.
Sua última aparição na TV ocorreu no programa “Che tempo che fa”, no dia 28 de abril, em uma chamada de vídeo. Na ocasião, ele estava conectado a um ventilador mecânico e relatou ter sido diagnosticado com mesotelioma, câncer da membrana fina e transparente que cobre e reveste o interior da parede torácica e abdômen, durante seu período como correspondente da RAI.
“Tenho um tumor muito grave, o mesotelioma: você pega respirando partículas de amianto. Tenho pouco tempo de vida, mas ainda não acabou. Como correspondente de guerra respirei amianto. Estou tranquilo e não desisto, mas não dá para me curar disso”, declarou ele ao apresentador Fabio Fazio.
Di Mare formou-se em Ciência Política pela Universidade Federico II de Nápoles e começou a colaborar com vários jornais, incluindo L’Unità, para o qual se ocupava principalmente de reportagens judiciais e política externa.
Em 1991, Di Mare juntou-se à Rai na redação estrangeira do TG2, onde em 1995 assumiu o papel de correspondente especial que tratava da Guerra dos Balcãs. Já em 2002 passou para o TG1, cobrindo a maior parte dos conflitos dos últimos 20 anos: Bósnia, Kosovo, Somália, Moçambique, Argélia, Albânia, Etiópia, Eritreia, Ruanda, a primeira e segunda guerras do Golfo, Afeganistão, Timor Leste, Oriente Médio e América Latina.
Durante sua trajetória, o italiano publicou também diversos livros, incluindo o romance best-seller “Non chiedere perché” (“Não pergunte por quê”, 2011), onde contou a história de como conheceu, se apaixonou e adotou uma criança de 10 meses em um orfanato.
A informação foi divulgada pela família do repórter em nota: "Abraçado pelo amor de sua esposa, filha, irmãs e irmão e pelo carinho de seus amigos mais próximos, o jornalista Franco Di Mare faleceu hoje em Roma", diz o texto.