O nome dele já era apontado como o principal cotado para o comando da estatal e foi confirmado pelo presidente eleito no Twitter
Por Redação, O Estado de S. Paulo
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) foi indicado para presidir a Petrobras, após reunião com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília nesta sexta-feira, 30.
O nome dele já era apontado como o principal cotado para o comando da estatal e foi confirmado pelo presidente eleito no Twitter.
Ele foi o coordenador de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da equipe de transição de governo. Durante a transição, era o responsável por dar declarações sobre o futuro da Petrobras.
Logo após a nomeação, Prates afirmou que a política da Petrobras será alterada. Segundo ele, a mudança não necessariamente será feita para “traumatizar” os investidores. “Vai ser alterada. Mas não necessariamente para traumatizar o investidor nem o retorno dos investimentos. Vai ser alterada porque a política do País vai ser alterada”, declarou o senador cotado, em conversa com jornalistas após se encontrar com Lula. “A diferença é clara: a Petrobrás faz política de preço para os clientes dela, de acordo com o contexto do país”, disse. “A mudança de política, diretrizes de preço, vai ser dada pelo consórcio do governo.”
Prates afirmou que medidas relacionadas aos combustíveis não devem ser adotadas nos primeiros dias do novo governo e que a situação da política será melhor consolidada. “Sempre tenho dito que política de combustíveis é um assunto de governo, não quer dizer que ele é intervencionista mais ou menos, é um assunto do governo, pois atinge todas as empresas, não só a Petrobras. Ela faz parte desse processo, vai fazer parte das discussões, mas é uma política que o governo vai dar as diretrizes principais”, disse.
A indicação para o comando da estatal de óleo e gás ainda precisa passar pela aprovação do Conselho de Administração. Contudo, Prates disse estar “tranquilo” com a análise.
Jean Paul Prates tem 54 anos e é advogado e economista. Tem mais de 30 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais. Foi membro da assessoria jurídica da Petrobras internacional (Braspetro), no final da década de 80.
No início da década de 90 fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo. Em 1997, participou da elaboração da Lei do Petróleo e também foi o redator do Contrato de Concessão oficial brasileiro e do Decreto dos Royalties. No Rio Grande do Norte, em 2001, iniciou um plano energético para o estado, com fontes renováveis e a revitalização do setor de petróleo.
Assumiu em 2007 a Secretaria de Estado de Energia do RN e viabilizou mais de 10 bilhões de investimentos para o estado. Em 2014, foi eleito suplente da Senadora Fátima Bezerra (PT-RN), assumindo em janeiro de 2019 a cadeira de senador após a eleição de Fátima para o governo do estado. Durante seu mandato, Prates foi autor e relator de importantes marcos legais envolvendo a transição energética e práticas sustentáveis, combustiveis, educação digital, mobilidade urbana e infraestrutura ferroviária (COM BROADCAST)