Foram 564 denúncias em apenas 9 meses do ano, segundo ONG
O número de jornalistas ameaçados na Itália dobrou em 2022, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pela ONG Ossigeno per l’Informazione. Nos primeiros nove meses do ano, foram 564 profissionais ameaçados, 100% a mais do que no mesmo período de 2021.
O relatório da instituição é mais amplo do que os dados oficiais do Ministério do Interior da Itália, que aponta 84 episódios.
Além das ameaças mais tradicionais aos trabalhadores da mídia profissional, a ONG considera também a abertura de processos como forma de ameaças para não publicar material investigativo, incluindo o de difamação sem nenhuma fundamentação, e violações do direito à informação conforme convenção da União Europeia.
Ainda conforme a ONG, as regiões que mais registraram problemas foram a Lombardia (19%), Toscana (17%) e Lazio (14%).
No entanto, a Ossigeno per l’Informazione ressalta que diminuiu o número de profissionais da imprensa que levam as denúncias adiante no âmbito judicial e informou que o motivo dessa queda será objeto de estudo da instituição.
“As intimidações e as ameaças aos jornalistas são inegavelmente uma doença que enfraquece a liberdade de informação e danifica a participação dos cidadãos na vida pública. As doenças negligenciadas, não curadas, podem degradar e produzir danos piores ao organismo. E talvez seja isso que esteja acontecendo”, diz a ONG em nota.