O governo da premiê da Itália, Giorgia Meloni, prepara uma desoneração fiscal para responder aos protestos de agricultores que tomaram a União Europeia nos últimos dias.
Embora o movimento no país ainda não tenha as dimensões das manifestações vistas em nações como Bélgica ou França, o descontentamento da categoria começa a se espalhar, com carreatas de tratores em diversas cidades da península.
No fim do ano passado, a gestão Meloni não renovou uma desoneração do imposto de renda para pessoas físicas (Irpef) para agricultores que estava em vigor desde 2017.
Esse é um dos principais fatores que levaram a categoria às ruas na Itália, e agora o governo ensaia uma medida para limitar o alcance do fim do benefício fiscal.
“Acho que o governo vai intervir em breve para limitar essa ação apenas a quem possui grandes extensões [de terra] e pode se permitir pagar o Irpef como todos os outros cidadãos italianos”, disse Carlo Fidanza, chefe da delegação do Irmãos da Itália (FdI), partido de Meloni, no Parlamento Europeu.
Enquanto isso, os protestos continuam no país. Em Cagliari, na Sardenha, agricultores e pastores se manifestaram diante do porto da cidade pela terceira noite seguida, com buzinas e sinalizadores, em uma atmosfera típica de estádios de futebol.
Já em Ragusa, na Sicília, os manifestantes levaram um caixão com uma vaca de plástico para protestar contra a falta de ajuda do governo ao setor.
Assim como no restante da UE, a categoria também critica o excesso de regulamentação ambiental na agropecuária, a alta do preço do diesel – combustível das máquinas agrícolas – e o acordo comercial com o Mercosul, que parece cada vez mais longe de se tornar realidade.