O papa Francisco conversou por telefone com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, na tarde do último domingo (5), sobre o conflito entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, que já provocou a morte de mais de 11,3 mil mortos desde o último dia 7 de outubro.
De acordo com fontes iranianas, Raisi disse que “as atrocidades brutais do regime sionista em Gaza representam o maior genocídio de todo o século e um crime contra humanidade” e pediu que o religioso use sua influência no Ocidente para ajudar a encerrar o conflito.
“O presidente apreciou a posição do líder católico sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato em Gaza e pediu ao papa Francisco, dada a sua posição no Ocidente e lembrando os países que apoiam o regime israelense, que acelerasse a cessação destes crimes”, diz nota da Presidência do Irã.
Além disso, Raisi teria pedido ao Santo Padre que “explique corretamente a posição dos oprimidos e do opressor” ao mundo e descreveu o ataque contra o Hospital Al-Mamadami e o campo de refugiados de Jabalia como crimes contra a humanidade.
Para o líder iraniano, os bombardeios e a destruição do patrimônio da Palestina são exemplos de práticas de apartheid não só contra os muçulmanos palestinos, mas contra outras religiões.
Segundo a agência de notícias Irna, Francisco, por sua vez, teria garantido que, “como líder dos católicos do mundo”, fará seu melhor “para parar os ataques e evitar mais assassinatos de mulheres e crianças em Gaza”.
Esta não é a primeira conversa entre a Santa Sé e o Irã desde o início da guerra entre Israel e Hamas. Na semana passada, o arcebispo Paul Richar Gallagher, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, telefonou para o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian.
Durante o diálogo, “Gallagher expressou a séria preocupação da Santa Sé sobre o que está acontecendo em Israel e na Palestina, reiterando a necessidade absoluta de evitar a escalada do conflito e de alcançar uma solução de dois Estados para uma paz estável e duradoura no Médio Oriente”.
Já no domingo, Jorge Bergoglio voltou a reiterar o seu apelo ao fim das hostilidades durante a oração do Angelus no Vaticano.
“Continuo pensando na situação extremamente grave na Palestina e em Israel, onde tantas pessoas perderam a vida. Em nome de Deus, imploro que parem”, pediu ele.
Francisco também disse esperar que “todos os caminhos sejam seguidos” para evitar uma ampliação do conflito e apelou pela libertação imediata dos reféns.