Isso não ficará sem respostas. Meus pensamentos estão com a família de Alireza Akbari”, escreveu
O governo do Irã enforcou o britânico-iraniano Alireza Akbari, 61 anos, neste sábado (14) após o homem ser condenado por “espionagem” nos últimos dias. A Justiça de Teerã afirmou que o ex-vice-ministro da Defesa do país cometeu “corrupção sobre a terra e danificou a segurança interna e externa do país através da transmissão de informações”.
Segundo informações oficiais, Akbari havia sido preso em 2019 e era acusado de ter repassado dados especificamente sobre o cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh ao Reino Unido, o que teria ajudado a levar ao assassinato do profissional em novembro de 2020. Para os iranianos, as informações foram repassadas para Israel, acusada de matar o cientista.
Pouco após a notícia do enforcamento, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, usou as redes sociais para condenar o “ato bárbaro” que “não ficará sem resposta”.
“Esse ato bárbaro merece a condenação nos termos mais fortes possíveis. Isso não ficará sem respostas. Meus pensamentos estão com a família de Alireza Akbari”, escreveu.
O premiê do país, Rishi Sunak, também se manifestou e afirmou estar “abalado com o enforcamento do cidadão britânico-iraniano” definindo a ação como “um ato covarde cometido por um regime bárbaro sem nenhum respeito aos direitos humanos do próprio povo”.
Após as críticas públicas, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou o embaixador britânico no país para protestar contra as falas.
A França falou sobre a execução e “condenou com a máxima firmeza” o caso. “O encarregado de assuntos da Embaixada iraniana em Paris foi novamente convocado essa manhã para manifestarmos nossa indignação”, disse a nota do Ministério das Relações Exteriores, alertando que as “reiteradas violações do direito internacional por parte do Irã não poderão permanecer sem respostas”.
Quem também se manifestou foi a ONG Anistia Internacional, que pontuou que a execução “mostra mais uma vez a face aberrante do ataque ao direito à vida”.
“O seu caso é particularmente horrível considerando ainda as violações que ele revelou ter sofrido na prisão, entre as quais tortura e maus-tratos por causa da administração forçada de substâncias químicas e da detenção em isolamento prolongado”, acrescentou.