A Guarda Revolucionária do Irã apreendeu neste sábado (13) um navio porta-contêineres ligado a Israel em uma operação de helicóptero perto do Estreito de Ormuz.
A informação foi confirmada pela agência de notícias estatal IRNA e eleva as tensões já altas depois que o governo iraniano ameaçou uma retaliação por um suposto ataque israelense ao seu consulado na Síria.
“Um navio porta-contêineres chamado Mcs Aries foi apreendido por forças especiais marítimas” durante “uma operação conduzida com um helicóptero perto do Estreito de Ormuz”, escreveu a IRNA.
A agência iraniana confirmou ainda que o navio de “bandeira portuguesa é operado pela empresa Zodiac, que pertence ao bilionário israelense Eyal Ofer”, e “rumava para águas territoriais iranianas”.
Em nota, a companhia MSC anunciou que a embarcação tem 25 tripulantes a bordo. “Lamentamos confirmar que o MSC Aries, propriedade da Gortal Shipping Inc, afiliada à Zodiac Maritime, e fretado pela MSC, foi abordado pelas autoridades iranianas de helicóptero” e “há 25 tripulantes a bordo”, diz o texto.
Fontes especificam que a tripulação do MSC Aries preso no Estreito de Ormuz é composta por asiáticos, principalmente cidadãos filipinos.
Em meio ao aumento da tensão na região, o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, afirmou que “o Irã sofrerá as consequências de optar por agravar ainda mais a situação”.
“Israel está em alerta máximo.
Aumentamos a nossa prontidão para proteger o país de novas agressões iranianas. Também estamos prontos para responder. As Forças de Defesa de Israel (IDF) estão preparadas para todos os cenários e tomarão as medidas necessárias, juntamente com os seus aliados, para proteger Israel”, garantiu.
Entretanto, o “Wall Street Journal” informou que os Estados Unidos tinham navios de guerra em posição de proteger não só Israel, mas as suas próprias forças no Oriente Médio.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, garantiu que no Oriente Médio, infelizmente, “a situação é muito tensa e há riscos de escalada”.
“Ontem conversei durante uma hora com o ministro das Relações Exteriores do Irã e lhe pedi cautela. Fiquei preocupado em proteger os soldados italianos que estão na fronteira entre o Líbano e Israel e insisti na necessidade de garantir o trânsito mercantil através de Suez e o Mar Vermelho”, afirmou Tajani à margem de um evento da Força Itália (FI) em Milão.
O chanceler italiano destacou que disseram a ele “que os houthis não atacarão navios mercantes que não tragam armas para Israel”.
“Convidamos todos a serem cautelosos, queremos uma desescalada e não uma escalada”, continuou ele, afirmando que “um ataque provoca uma reação e a reação provoca uma contra-reação”.
Por fim, reforçou que “a mensagem positiva de paz dada pela Itália, que é um país amigo de Israel, mas que quer dialogar com todos os países dessa área, é que o mais prudente é realizar ações de tipo militar”.