O governo russo negou nesta segunda-feira (18) que estava em andamento uma possível negociação que poderia ter libertado o líder da oposição Alexei Navalny quando ele morreu na prisão no mês passado.
A declaração é dada após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, discursar para celebrar sua vitória nas eleições presidenciais e confirmar pela primeira vez que havia acertado a inclusão de Navalny em uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos pouco antes de sua morte.
O líder russo chamou o falecimento do opositor de “um incidente infeliz” e quebrou um tabu ao falar o nome de Navalny. A eventual troca de prisioneiros já havia sido revelada pela aliada Maria Pevchikh e por várias fontes ligadas ao opositor e ao Kremlin.
“Alguns dias antes do falecimento do sr. Navalny, alguns colegas, não funcionários da administração, mas algumas pessoas, disseram-me que havia uma ideia de trocar o Navalny por algumas pessoas que estão presas em países ocidentais”, revelou Putin.
No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela Interfax, garantiu que Putin não falou das negociações realizadas para a possível libertação de Navalny, mas apenas de uma “ideia” que lhe foi proposta e com a qual “potencialmente concordou”.
Peskov explicou ainda que Yulia Navalnaya, viúva de Navalny que definiu as eleições na Rússia como ilegítimas, pertence aos opositores que vivem no estrangeiro e que “estão a perder as suas raízes, as suas ligações” com o país e, portanto, perdem a capacidade de compreendê-lo e “deixam de sentir o pulso do país”.