O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na última terça-feira (28) um plano com medidas para tentar conter a destruição de parte da vegetação do Cerrado.
O Plano Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no bioma (PPCerrado) reúne um conjunto de políticas que serão incorporadas às políticas estaduais.
Entre as iniciativas anunciadas estão: Ter mais controle das autorizações de derrubada da vegetação nativa, concedidas por estados e municípios; aumentar a fiscalização sobre a legalidade do desmatamento, expandir as áreas de proteção; entre outras.
Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o trabalho realizado pelo PPCerrado é diferente do que é feito na Amazônia.
“Se o PPCDAm tem um foco inicial nas ações do governo federal, o PPCerrado tem um foco forte na articulação com os estados. Esta é uma diferença que marca os programas”, pontuou ela.
A iniciativa foi lançada coincidentemente com a divulgação dos mais recentes dados da degradação ambiental na região.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTO), revelou um aumento de 3,2% no desmatamento do Cerrado entre agosto de 2022 e julho de 2023 na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Segundo os dados, o Cerrado perdeu 11.011 quilômetros quadrados de vegetação nativa durante este período. Entre agosto e julho de 2021/2022, a área de flora original do bioma destruída foi de 10.688 km².
Em nota do governo, o coordenador do Programa de Monitoramento do Inpe, Claudio Almeida, explicou que “isto aponta uma estabilidade na área desmatada” e acrescentou que a vegetação suprimida está concentrada na área conhecida como Matopiba, siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
O Cerrado abrange 13 unidades federativas brasileiras, ocupando cerca de 23% do território nacional. Este é o segundo maior bioma da América do Sul e do Brasil, ficando atrás apenas da Amazônia.