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GILLES LAPOUGE/JORNALISTA/CENTENÁRIO/ESTADÃO

Omã, costa da Argélia, 1937. Preocupada porque o filho não pegava gosto pela leitura, a mãe criou uma regra
  • Agência Estadão
  • 13 setembro 2023
  • Em Foco
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Por Maria Fernanda Rodrigues

Omã, costa da Argélia, 1937. Preocupada porque o filho não pegava gosto pela leitura, a mãe criou uma regra. Todos os dias, por uma hora marcada no relógio, Gilles Lapouge era obrigado a ler na sala, sob a vigilância de Juliette, funcionária da casa que passava roupa assobiando árias espanholas enquanto o garoto, então com 14 anos, cumpria sua obrigação. Mas não sem alguma transgressão – por baixo de volumes de Julio Verne, Alexandre Dumas e Alphonse Daudet, escolhas da mãe, ele escondia seus quadrinhos preferidos: Pieds Nickelés ou Bibi Fricotin.

A história é lembrada pelo jornalista francês em um de seus últimos textos publicados no Estadão, depois de 70 anos de colaboração. Era abril de 2020, auge da pandemia da covid-19, e ele se via imerso em leituras e memórias. Lapouge morreria pouco tempo depois, em 31 de julho, aos 96 anos, em decorrência de uma infecção pulmonar.

Em 2023, completam-se 100 anos do nascimento do mais brasileiro dos jornalistas franceses (veja programação abaixo). O Estadão fala com pesquisadores, como Leda Tenório da Motta e Marisa Midori Daecto, e traz ainda uma visão pouco conhecida de sua personalidade e rotina – pelo olhar de seus filhos mais novos, Jérôme, jornalista como o pai, e Mathilde.

Nascido na França em 7 de novembro de 1923, na pequena cidade de Digne-les-Bains, Gilles Lapouge, filho de militar, passou a infância na Argélia – colônia francesa até 1962. Foi ali que teve seus primeiros contatos com a leitura, ainda a contragosto. Mas foi no sótão da casa de um tio, durante férias em Ver, em seu país de origem, que ele começou a compreender que “um livro é um milagre”. “Fiquei perdido”, ele escreveu sobre a descoberta de um livro de Rimbaud.

E completou: “Tive de ler noites adentro, sem compreender grande coisa, mas cercado por paisagens, com sóis, luas, ruínas, escombros, a música bruta de Rimbaud. Uma viagem, uma formidável viagem, em rincões longínquos, ou próximos, a meu pedido, debaixo de chuvas, pelas manhãs e nas noites. Mas o que me fascinava antes de tudo era que as 26 letras do alfabeto que Rimbaud juntara pudessem obter o resultado vertiginoso de me doar o mundo.”

Ex-estudante de História e Geografia que sonhava ser poeta, Lapouge se consagrou como jornalista. Com seu olhar humano e apurado e interesses variados, foi testemunha de importantes momentos históricos, sobre os quais escreveu com erudição e simplicidade. A leitura teve um papel primordial em sua formação, e o acompanhou até o fim – após o jantar ou em noites de insônia, como lembram seus filhos Jérôme e Mathilde em conversa com o Estadão (veja o depoimento abaixo). Ela influenciou sua produção jornalística, que influenciou sua literatura. Os livros alimentaram sua curiosidade, e a curiosidade o levou a muitos lugares – e ao encontro com o outro

A descoberta do Brasil

No Brasil, fincou raízes. Redescobriu cores depois de anos cinzentos de guerra. “Deixei uma Europa mutilada e desembarquei num país de sol, alegria e vida”, ele escreveu em um texto publicado no Estadão em 1992, em que relembrava sua chegada, em 1951, ao País.

O jovem jornalista francês de 28 anos vinha convidado pelo historiador e professor Fernand Braudel para ser redator de economia no jornal, e já no desembarque conheceu Julio de Mesquita Filho, de quem ficou amigo.

Tinha cor e alegria, mas “tudo era estranho”, ele escreveu sobre as primeiras impressões. Mas tudo ficaria familiar muito rapidamente. A língua, os costumes, as comidas, as pessoas. Foram três breves anos em solo brasileiro, que deixaram uma profunda marca em seu coração. Na volta para casa, seguiu como correspondente do Estadão, a que ele chamava de seu jornal, na França. Entre 1951 e 2020, ele publicou 11.100 textos (leia aqui o último, de 5 de junho). Nesses anos todos, ele sempre daria um jeito de voltar ao Brasil – sozinho, com os filhos ou por meio da escrita.

O legado de Gilles Lapouge

Leda Tenório da Motta, professora no Programa de Comunicação e Semiótica da PUC SP e crítica literária, guarda com carinho a lembrança de que Lapouge escreveu a apresentação de seu livro Roland Barthes: Uma Biografia Intelectual (Iluminuras, 2011). Mas não só.

“Quando eu penso em Gilles Lapouge, essa figura aristocrática, no sentido grego de excelência e virtude, o que primeiro me ocorre é sua capacidade de acolhimento do outro. Trata-se de um intelectual ‘decolonial’, como se diz hoje, que o é desde sempre Eis o que aparece no seu maravilhoso Dicionário Amoroso do Brasil, que eu resenhei há tempos para o Estadão, de que já dizia e sobre o qual continuo a pensar que é uma perfeita ilustração da ideia, também iluminista, do hóspede que sabe hospedar. Como ‘correspondente’, Lapouge foi esse sujeito maravilhosamente dividido, que, como hospedeiro, hospeda”, disse a crítica.

A ligação com Barthes aparece também nas memórias de Leyla Perrone-Moisés, professora emérita da Universidade de São Paulo, onde também foi coordenadora do Núcleo de Pesquisas Brasil-França, do Instituto de Estudos Avançados da USP. Foi o jornalista que a apresentou à secretária do intelectual e eles iniciaram um importante contato. Leyla conta isso em seu livro Vivos na Memória (Companhia das Letras, 2021), com textos afetuosos sobre sua relação com escritores e intelectuais (leia mais sobre a obra na coluna Um Livro Por Semana).

No que ela dedica ao amigo francês, escrito após a morte dele, lemos o trecho de uma das muitas cartas que ela recebeu e que esclarece, em sua opinião, o pensamento político dele. Era a única, em muitos anos de correspondência, em que ele tratava do tema. Os dois tinham discutido sobre o valor do livro O Arquipélago Gulag, de Alexander Solzhenitsyn.

Ele escreve, escreve, e resume: “O inimigo principal é, a meu ver, o capitalismo e o comunismo, um e outro ao mesmo tempo, não que eles se misturem e se confundam, como dizem alguns, mas pelo fato de que um mantém em hipnose, como um coelho sob o olho de uma serpente, todas as energias revolucionárias anticapitalistas do Ocidente”.

Para Leyla, Lapouge inteiro estava naquele desabafo. “Ele era um humanista libertário que criticava tanto o capitalismo quanto o comunismo soviético”, ela escreve no livro. A professora segue dizendo que títulos como Anarquistas da Espanha (1970) e Os Piratas (1969) mostram que ele gostava de todos os “antissistemas” e que Utopias e Civilizações (1973) expõe como ele “detestava a ordem constrangedora da liberdade humana, como a pregada pelos utopistas”. “Na verdade, como jornalista ele refletia e informava, mas a política não era seu assunto preferido”, ela conclui.

Mas mais do que abordar seus pensamentos políticos, Leyla busca mostrar o amigo na intimidade de sua sala ou num encontro na rádio quando ele entrevistou Barthes.

Lapouge é conhecido no Brasil por seus textos para o Estadão. Na França, ele escreveu para veículos variados e teve programas no rádio e na televisão, onde falava sobretudo acerca de livros. Era um jornalista comprometido com o trabalho, e o trabalho era parte importante de sua rotina diária. Ele nunca se aposentou.

Na França, entre livros e filhos

“Nosso pai chegava todos os dias ao seu escritório pontualmente às 8h50, primeiro escrevia um artigo para “o” jornal dele, como ele costumava dizer sobre o Estadão. No tempo restante do dia, ele trabalhava em seu próximo livro. Às vezes, escrevia para outras publicações, como a Géo ou o Le Monde Diplomatique. Ele trabalhava assim até as 20h todos os dias”, contam os gêmeos Jérôme e Mathilde, nascidos em 1975 e filhos do segundo casamento de Lapouge – pai, ainda, de Benoit e Laure-Marie.

O escritório do jornalista no térreo de um prédio situado numa rua barulhenta do 15º Arrondissement é tratado pelas pessoas próximas de Lapouge como um lugar mítico, especial, e bagunçado. Leyla Perrone-Moisés relembra essa desordem em Vivos na Memória, e os filhos definem o local como “uma caverna de piratas”, com luz fraca e vigas expostas no teto, prateleiras feitas de caixas de vinho de madeira empilhadas, cheias de livros. “As paredes pareciam ser feitas de livros”, comentam – e é a mesma impressão da amiga brasileira, que escreve ainda que no meio de tudo, como um clarão, ficava a mesa dele.

Os livros rejeitados na infância foram a força motriz de Gilles Lapouge. “Toda a nossa infância e adolescência, vimos nosso pai lendo livros (ele também fazia parte de vários júris literários na França) à noite após o jantar até a hora de dormir, por volta da meia-noite. Às vezes, ele fazia uma exceção para assistir a um jogo de futebol na televisão. Quando tinha insônia, ele lia uma hora ou duas no meio da noite.

Havia esse momento de introspecção, mas havia interesse pelo que acontecia fora de sua “caverna” e longe de sua biblioteca. Gilles Lapouge era muito curioso e até o início da pandemia ele era um assíduo frequentador de cinema, teatro, restaurantes e cafés, onde ia para ouvir música.

Era uma pessoa tranquila. “Nunca o ouvimos ficar chateado ou reclamar. Na verdade, apenas uma vez, quando ele começou a ter dificuldades para andar a partir de 2018?. E sonhadora. Um de seus desejos era rever o lago Léman, na Suíça, que ele tinha como um de seus paraísos.

A idade começou a pesar no corpo de Lapouge naquele 2018, mas não impediu que pai e filhos fizessem uma roadtrip para o Senegal. O jornalista já estava com 95 anos.

Legado afetivo e ensinamentos

Jérôme seguiu os passos do pai e é jornalista. “Suas histórias de viagem como jornalista na Argélia e depois no Brasil certamente me deram vontade de viver essa vida. O acaso me levou a outros continentes, já que fui correspondente na Costa do Marfim, nos Estados Unidos e agora na Rússia”. Ele é repórter televisivo do canal TF1.

Já Mathilde é arquiteta paisagista. Jérôme diz que o pai acompanhava muito de perto seus estudos e seus primeiros passos na profissão. “Isso porque o parque, o jardim, eram temas favoritos para ele: o mito do paraíso na Terra, da utopia, do jardim persa que surgiu há 6 mil anos”, ele explica.

E o que eles aprenderam de mais importante com o pai? “Ele nos ensinou a deixar nossos pensamentos e conversas fluírem e a permanecermos curiosos sobre tudo”, respondem.

Eles seguem: “E sua juventude, seu estado de espírito até os 96 anos, nos fazem ver a velhice de uma maneira diferente. Ele era um homem que permaneceu jovem, que recebia qualquer novidade com prazer, que amava rir e tirar um sarro sem ser maldoso. Como uma criança”.

As conversas fluíam bem. Jérôme conta que podiam começar falando sobre política internacional e avançar naturalmente para discussões sobre Stendhal ou Luís XIII – cada tema sendo tratado com doses de erudição e filosofia.

Hoje sentimos falta dessas conversas e sentimos sua ausência. Mas, recentemente, relemos parte de sua obra para preparar a homenagem literária para o seu centenário e, depois de alguns dias imersos em seus livros, tínhamos esquecido de sua morte tão forte é o seu espírito em sua escrita”, finalizam.

Centenário de Gilles Lapouge

A celebração na França será no dia 7 de novembro, data exata do centenário de nascimento do jornalista. Aqui, as homenagens começam antes.

Nesta segunda-feira, 18, será aberta na USP a exposição Gilles Lapouge 100 Anos – Um Barqueiro Entre a França e o Brasil, com a reprodução dos principais textos dele publicados no Estadão. A mostra ficará em cartaz até 20 de outubro, com visitação gratuita de segunda a sexta, das 8h às 18h, no saguão do Instituto de Estudos Avançados da USP (Rua da Praça do Relógio, 109 – Cidade Universitária).

Para marcar a abertura, haverá uma mesa de debates, das 14h30 às 17h, aberta ao público e gratuita, em que será relembrada a trajetória jornalística do francês. A programação faz parte da II Semana Franco-Uspiana de Cooperação Científica e participam, deste encontro, Yves Teyssier d’Orfeuil, cônsul geral da França em São Paulo; Luciana Garbin, editora executiva do Estadão; e os pesquisadores Antonio Dimas (FFLCH, IEB e IEA/USP) e Eugênio Bucci (ECA e IEA/USP). A mediação será de Maria Midori Daecto, professora do Departamento de Jornalismo e Editoração da USP que descobriu Lapouge na adolescência, lendo seus textos no Estadão

O jornalista

“Meu pai tinha uma habilidade rara: explicar fenômenos complicados com palavras simples, quase como palavras de criança, e frequentemente com um toque de humor ou filosófico. Ele sempre nos lembrou que por trás do choque das notícias imediatas há uma profundidade histórica”, comenta Jérôme que, antes de estudar jornalismo estudou História na universidade. “Acredito que o conhecimento histórico é essencial para fazer um jornalismo de qualidade, para colocar os fatos em perspectiva.”

Para Marisa Midori Daecto, Gilles Lapouge foi “um jornalista diferenciado”, criador de um estilo próprio – ao mesmo tempo jornalístico e literário – e que nunca teve medo de ser repórter “Ele nos ensinou a olhar o mundo e a olhar além da notícia. Ele mostrava algo mais, uma interpretação própria, porque buscava o detalhe. A notícia era sempre fiel ao que aconteceu, mas ele mostrava o significado dela de forma mais profunda “, disse. Sem contar o estilo. “Se eu fosse jornalista ia querer escrever como Gilles Lapouge”, ela brinca.

E o que ainda podemos aprender com ele? “O bom profissional nunca envelhece. Ele faria 100 anos e escreveu até o último momento. Entrou no século 21, decodificou as questões do século e continuou na ativa. Isso, para mim, é uma lição de vida. Quando vários setores do mercado de trabalho valorizam tanto a juventude, essa ideia da agilidade, do domínio fácil das redes sociais e tecnologias, ele é uma escola de vida. Gilles Lapouge conheceu os novos tempos, e continuou atual. As matérias dele continuaram vivas. A linguagem dele foi se transformando – não porque ele se sentiu obrigado a isso. Ele vivia o tempo. Isso é uma lição”, finaliza.

Agência Estadão

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