Estatística vem acompanhada de aumento do conservadorismo na configuração do Legislativo a partir do próximo ano
Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (26) mostra que 48% dos brasileiros têm expectativa positiva com a nova legislatura do Congresso Nacional, que começa em fevereiro de 2023 e segue até janeiro de 2026. A estatística se refere a pessoas que acreditam em uma atuação ótima ou boa.
O percentual é mais baixo que o verificado pelo instituto em 2018, quando o mesmo levantamento mostrou que 56% da população projetavam uma atuação boa ou ótima para os parlamentares do quadriênio 2019-2022.
Ao todo, 594 congressistas tomarão posse em 1º de fevereiro, sendo 513 deputados e 81 senadores. Segundo o Datafolha, 10% dos brasileiros projetam que eles farão um trabalho ruim ou péssimo. Em 2018, essa posição representava 8% do total de cidadãos entrevistados no levantamento.
De acordo com o Instituto, 33% dos brasileiros apostam em um desempenho regular, e 10% não souberam opinar. A pesquisa foi feita presencialmente e ouviu 2.026 pessoas com idade a partir de 16 anos em 126 municípios do país. As respostas foram colhidas entre 19 e 20 de dezembro. O estudo tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Configuração
Os números da última pesquisa vêm à tona no momento em que o Congresso Nacional se prepara para uma mudança a partir do ano que vem: o Legislativo escolhido nas urnas em outubro ficará mais conservador, com fortalecimento da direita bolsonarista.
No Senado, por exemplo, a lista das maiores bancadas será encabeçada pelo PL, atual partido do presidente Jair Bolsonaro, que terá 14 parlamentares. Na sequência, aparecem PSD (11), MDB (10), União Brasil (10) e PT (9). Esses cinco partidos ocuparão sozinhos dois terços das cadeiras da Casa.
O PL, que tem viés politicamente conservador e tendência neoliberal, também consolidou liderança na Câmara dos Deputados, saltando dos atuais 76 deputados para um total de 99 a partir de fevereiro. A direita também estará representada pelo União Brasil, que sairá de 51 para 59 parlamentares, e pelo MDB, que passará de 37 pra 42 deputados.
Edição: Thalita Pires