O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (20) uma doação de US$ 500 milhões, o equivalente a R$ 2,5 bilhões, para o Fundo Amazônia.
Devido ao valor elevado, o repasse precisa ser aprovado pelo Congresso, mas, se for confirmado, marcará o primeiro aporte dos EUA para o fundo, que chegou a ser paralisado no governo de Jair Bolsonaro e foi reativado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em fevereiro passado, a gestão de Joe Biden havia se comprometido a doar US$ 50 milhões, mas o valor decepcionou o governo Lula por ser muito inferior às contribuições já dadas por Alemanha e Noruega, principais financiadoras do Fundo Amazônia.
No entanto, em uma cúpula virtual com grandes economias do mundo sobre energia e clima organizada pelos EUA nesta quinta, Biden anunciou uma quantia 10 vezes maior para “ajudar o Brasil em seu esforço para zerar o desmatamento até 2030”.
O presidente também prometeu a mobilização de mais US$ 1 bilhão para ajudar na conservação da Amazônia e outros ecossistemas na América Latina.
O anúncio chega após o atrito entre Brasil e EUA por conta de declarações de Lula sobre a guerra na Ucrânia, com a Casa Branca chegando a acusar o presidente brasileiro de “reproduzir propaganda russa e chinesa”.
Com quase quatro meses de governo, Lula ainda não conseguiu reverter a tendência de alta do desmatamento na Amazônia Legal, que registrou um aumento de 180% em março de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 344 quilômetros quadrados de floresta destruída, segundo o instituto Imazon.
Considerando o primeiro trimestre inteiro, o nível de desmate chega a 867 quilômetros quadrados, alta de 26% sobre os três meses iniciais de 2022.