O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, causou indignação na comunidade internacional nesta quarta-feira (25) ao se posicionar contra Israel e defender o Hamas.
Ele declarou que os militantes do Hamas são pela libertação e que combatem por suas terras, e não terroristas.
“Cerca de metade dos mortos nos ataques israelenses em Gaza são crianças, esse dado demonstra que o objetivo é uma atrocidade para cometer crimes contra a humanidade premeditados”, afirmou, durante um discurso.
“Não temos problemas com o Estado de Israel, mas nunca aprovamos as atrocidades cometidas por Israel e seu modo de agir, mais de uma organização que de um Estado”, acrescentou.
Ele pediu um cessar-fogo imediato e que a passagem de Rafah, com o Egito, seja deixada aberta por motivos humanitários.
Erdogan também propôs um mecanismo de garantia para a resolução do problema, com uma reunião entre Palestina e Israel.
Além de Israel, Erdogan também criticou a ONU: “Ninguém considera uma estrutura que ignora o brutal assassinato de crianças. Estamos profundamente entristecidos pelo estado de impotência em que as Nações Unidas caíram”.
“Peço a todos os países com mente e consciência que pressionem o governo de Netanyahu para que Israel tenha um pouco de bom senso”, acrescentou.
Depois das declarações, Erdogan cancelou a visita que faria a Israel.
“Israel rejeita plenamente as palavras do presidente turco sobre o Hamas. Hamas é uma organização terrorista desprezível pior que o Estado Islâmico, que mata brutalmente e intencionalmente recém-nascidos, crianças, mulheres e idosos, toma reféns civis e usa a própria gente como escudos humanos”, disse Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
“A tentativa de defender a organização não mudarão os horrores que o mundo inteiro viu e o fato inequívoco. Hamas = Isis”, escreveu, no Twitter.
A Itália também manifestou repúdio através do vice-premiê e chanceler, Antonio Tajani: “Uma coisa é certa: para a Itália, Hamas é uma organização terrorista”. O outro vice-premiê, Matteo Salvini, sugeriu que o embaixador da Turquia na Itália seja convocado a dar explicações.