Os economistas-chefes de bancos e corretoras de investimentos do país estimam que a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, será reduzida em 0,5 ponto percentual nesta semana. Na quarta-feira (1), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) encerra mais uma reunião para deliberar sobre a Selic. Hoje, ela é de 12,75% ao ano, uma das mais altas do mundo, segundo o governo.
A previsão dos bancos sobre o corte foi registrada na edição mais recente do Boletim Focus, divulgada pelo próprio BC nesta segunda-feira (30). O Focus compila estimativas de economistas do mercado financeiro semanalmente.
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Esses economistas preveem que a Selic encerre o mês de novembro em 12,25% ao ano. Preveem também que, ao final de dezembro, ela esteja em 11,75% ao ano.
A Selic é usada pelo Copom para tentar conter a inflação. Quando ela sobe, encarece empréstimos e financiamentos. Isso adia decisões de compras e investimentos, segurando preços e também o ritmo de crescimento da economia como um todo.
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Os economistas, entretanto, reduziram sua previsão para o crescimento da economia nacional neste ano nesta edição do Boletim Focus. O Produto Interno Bruto (PIB) da economia nacional crescerá 2,89% este ano, segundo eles. Há uma semana, eles estimavam que o PIB cresceria 2,90% –ou seja, 0,01 ponto a mais.
Em compensação, também caiu a previsão dos economistas para a inflação. Há uma semana, eles estimavam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechasse o ano em 4,65%. Agora, estimam 4,63% –isto é, 0,02 ponto de queda.
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A meta de inflação para este ano é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Na prática, a inflação pode ser de até 4,75%, segundo a meta. Isso quer dizer que economistas de bancos projetam a inflação dentro do estipulado.
A meta foi estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda em 2020, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde aquele ano, autoridades monetárias do país não conseguem fazer com que o índice fique dentro do estipulado, apesar do aumento recorde da taxa básica de juros, a Selic, entre 2021 e 2022.
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O CNM estipulou que, em 2021, a inflação acumulada medida pelo IPCA deveria ficar entre 2,25% a 5,25%. O índice ficou em 10,06%, com alta puxada pelo preço dos combustíveis.
Em 2022, o CNM estabeleceu que a inflação deveria ficar entre 2% e 5%. O índice apurado pelo IBGE superou essa meta por 1,29 pontos percentuais.
Edição: Rodrigo Durão Coelho