Por Marcellus Madureira, especial para o Estadão
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), prestou depoimento na sede da Polícia Federal (PF) em Belo Horizonte nesta quarta-feira, 19, para esclarecer declarações dadas sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
A oitiva ocorreu para atender à convocação feita pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O político disse que, no depoimento, reforçou o repúdio aos atos e, também segundo ele, ressaltou a importância de seguir com as investigações que pretendem apurar os crimes cometidos no início do ano.
Uma semana após os ataques, Zema foi a Brasília participar da primeira reunião dos governadores com o presidente. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele afirmou que o governo federal teria feito ‘vista grossa’ em relação aos atos golpistas para que Lula se passasse por vítima dos atos terroristas. A declaração causou mal-estar na relação com o governo federal e gerou polêmica. O governador mineiro acrescentou que declarações antes do término das investigações são “achismo”, mas que ele poderia “supor” que pudesse ter havido omissão dos órgãos de segurança.
Contudo, na tarde desta quarta-feira (19), o governador mineiro voltou a questionar o motivo de uma grande manifestação como aquela, marcada de maneira antecipada, não ter tido maior atenção do Governo Federal.
“Também (reforcei) a necessidade de investigações para se apurar todos os fatos, tudo que aconteceu no dia, que deixou todos nós brasileiros perplexos. Como que uma manifestação com aquela quantidade de pessoas, previamente anunciada, não foi controlada, não houve empenho maior no sentido de tolher os manifestantes de agir. Deixei claro meu apreço às instituições democráticas”, concluiu o governador.