Um estudo publicado nesta terça-feira (28) mostrou que, durante o verão, as geleiras da Antártida aceleram seu movimento em direção ao mar em 22% por causa das águas oceânicas mais quentes e do descongelamento da neve.
A conclusão, publicada na revista “Nature Geoscience”, veio após uma análise de especialistas da Universidade de Leeds com base nos dados dos satélites Sentinel -1, do programa europeu Copernicus, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Comissão Europeia.
Analisando cerca de 10 mil imagens de satélites, os pesquisadores conseguiram estimar a velocidade de deslizamento em direção ao mar das geleiras de toda a península. Assim, estimaram que entre 1992 e 2017, o deslizamento contribuiu com uma elevação de 7,6 milímetros do nível do mar e que, durante o verão, isso acontece 22% mais rápido do que no inverno.
A península antártica é uma pequena faixa de terra que se separa do resto do continente por cerca de mil quilômetros em direção à ponta da América do Sul e que tem montanhas que atingem até os 2,8 mil metros de altura.
“Um dos resultados mais importantes desse estudo é que ele revela o quanto as geleiras da Antártida são sensíveis ao ambiente. Sabíamos já há tempos que as geleiras da Groenlândia têm um comportamento sazonal, mas só agora, com os dados dos satélites, verificamos um comportamento similar na Antártida”, explica o líder do estudo, Ben Wallis.
Mesmo que a península abrigue várias bases de pesquisa internacionais, as análises sobre os campos de gelo mais internos ainda são muito limitadas por conta as críticas condições do território.