Depois de quatro quedas consecutivas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) voltou a subir. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador avançou 2 pontos na passagem entre janeiro e fevereiro, e chegou aos 50,6 pontos.
O resultado indica não apenas uma melhora no otimismo dos empresários do setor, mas, por ter ultrapassado a linha divisória dos 50 pontos, significa que agora eles estão confiantes. Quando está abaixo dos 50 pontos, o ICEI reflete falta de confiança.
Apesar da melhora, a CNI destaca que isso não foi suficiente para reverter a queda de 14,2 pontos no índice de confiança acumulado entre setembro de 2022 e janeiro de 2023.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, explica que o otimismo dos empresários voltou a crescer na maior parte dos setores. “O Índice de Confiança do Empresário Industrial vinha numa série de quedas muito importante. O índice mostrava confiança na maioria dos setores, mas em janeiro de 2023 aconteceu o contrário: a maioria dos setores passou a mostrar falta de confiança. Em fevereiro, isso mudou. Houve alta da confiança na maior parte dos setores e, com isso, também a maior parte passou a mostrar confiança.”
Componentes
O ICEI é composto por dois subíndices: o índice de condições atuais e o índice de expectativas. Segundo a CNI, a percepção dos industriais foi diferente em cada um deles.
O primeiro indicador recuou 2,4 pontos, caindo para 45,9 pontos. Isso significa que a percepção de piora sobre as condições atuais da economia brasileira e das próprias empresas está mais forte e disseminada entre os empresários da indústria.
Por outro lado, as expectativas para os próximos seis meses melhoraram. O índice de expectativas aumentou 4,1 pontos em fevereiro e cruzou a linha divisória dos 50 pontos. Isso quer dizer que os empresários do setor passaram de pessimistas para otimistas quanto ao futuro da economia e das próprias empresas.
“Quando se analisam as condições atuais, a gente percebe que há uma piora: 27 dos 29 nove setores percebem uma piora das condições atuais e essa avaliação, na verdade, tornou-se mais negativa de uma forma geral, na passagem de janeiro para fevereiro. O que vem sustentando a melhora do ICEI são as expectativas, que se tornaram mais otimistas para a maioria dos setores considerados e isso reverteu parte da queda que aconteceu no índice de confiança, especialmente no fim do ano passado”, explica Azevedo.
Amostra
O levantamento ocorreu entre 1º e 7 de fevereiro e foi feito junto a 1.372 empresas, das quais 564 eram de pequeno porte; 482 de médio porte e 326 de grande porte.