Uma comunidade de indígenas no Canadá anunciou nesta quarta-feira (22) que pesquisas de radar revelaram 17 sepulturas não identificadas, que podem conter corpos de 751 crianças indígenas, em um terreno perto de um antigo internato na província de Colúmbia Britânica.
A descoberta é um novo episódio do escândalo envolvendo abuso e mortes suspeitas em residências católicas para crianças indígenas canadenses. Pelo menos 1,2 mil túmulos já foram descobertos no país.
Segundo a imprensa local, citando as Primeiras Nações (do inglês “First Nations”, como são chamados os povos nativos do Canadá), os resultados de uma pesquisa preliminar apontam que as novas covas estão no terreno da antiga escola residencial “Alberni Indian Residential School”, na Ilha de Vancouver.
Do século 19 até a década de 1970, mais de 150 mil crianças nativas foram forçadas a frequentar as chamadas “escolas residenciais indígenas”, uma rede financiada pelo governo canadense e administrada pela Igreja Católica, em uma campanha para assimilá-las à cultura dominante.
O governo canadense admitiu que os maus-tratos e o abuso físico e sexual eram excessivos, com estudantes espancados por falarem sua língua nativa. A última escola fechou na década de 1990.
Em abril do ano passado, o papa Francisco pediu desculpas pelos crimes cometidos com a cumplicidade da Igreja e depois viajou ao Canadá para se reunir com representantes das comunidades indígenas.