De acordo com dados do Censo 2022, 1,3 milhão de pessoas se autodeclaram quilombolas no Brasil. A imensa maioria está em territórios que até hoje não foram titulados. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (27).
Foi a primeira vez que o Censo incluiu perguntas especificamente direcionadas a esse público, definido pela pesquisa como indivíduos “com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão historicamente sofrida”.
Mais de 87% dessas pessoas, 1,16 milhão no total, estão fora das 494 das áreas destinadas oficialmente às comunidades tradicionais com origem nos quilombos. Apenas 167 mil quilombolas vivem em territórios reconhecidos, ou seja, 12,6%.
Das 5.570 cidades em território nacional ,1.696 têm moradores e moradoras que se autoidentificam como quilombolas, o que significa 30,5% do total.
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Apesar disso, 50% da população quilombola do Brasil vive em pouco mais de 100 municipios. Quase 70% em estados do Nordeste e do Norte, com maior predominância no Maranhão, na Bahia e no Pará.
Essas unidades da federação concentram mais de metade dos brasileiros e brasileiras com origem nos quilombos. Ainda assim, há quilombolas em praticamente todos os estados, com exceção do Acre e de Roraima.
Mais de 32% dessas pessoas estão na Amazônia Legal, o que representa um número superior a 425 mil indivíduos. Elas compõem 1,6% da população da região.
Apenas cinco municípios brasileiros têm maioria de habitantes com origem nos quilombos. Na lista está Alcântara (MA), que tem 84,57% dos moradores e moradoras que se autodeclaram desse grupo e é, portanto, a maior cidade quilombola do Brasil proporcionalmente.
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Na sequência, aparecem Berilo (MG), com resultado de 58,37%, Cavalcante (GO), com 57,08%, Serrano do Maranhão (MA), 55,74% e Bonito (BA), com 50,28%.
As cidades com maior número absoluto de quilombolas são Senhor do Bonfim e Salvador (ambas na Bahia) e Alcântara (MA). As três têm mais de 15 mil pessoas que disseram ter origem nas comunidades tradicionais.
Edição: Leandro Melito