Por Rio
O Botafogo finalmente voltou a vencer no Campeonato Brasileiro. O time de Lúcio Flávio jogou de forma segura, foi superior durante os 90 minutos e bateu o Fluminense por 2 a 0 no Maracanã, com gols de Júnior Santos e Tiquinho Soares nesta 26ª rodada. O time de Fernando Diniz, finalista da Libertadores, saiu de campo aplaudido pela torcida mesmo com a derrota.
A vitória no Clássico Vovô encerra a sequência de quatro jogos sem vencer no alvinegro: eram três derrotas e um empate. Com 55 pontos, o Botafogo também aproveitou os tropeços dos rivais Flamengo, Grêmio e Palmeiras, com 44 pontos cada, para disparar novamente na liderança – o Red Bull Bragantino ainda enfrenta o Athletico-PR fora de casa e pode manter a vantagem em sete pontos.
O Fluminense se mantém com 41 pontos e pode deixar a zona de classificação para a próxima Libertadores, a depender de outros resultados na rodada. A derrota deste domingo também anota uma marca negativa para o clube das Laranjeiras: três derrotas em três jogos contra o Botafogo no ano, algo que não acontecia há 61 anos.
O líder Botafogo joga de novo na próxima quarta-feira, às 20 horas, contra o América-MG na Arena Independência, em Belo Horizonte. Também pela 27ª rodada, o Fluminense recebe o Corinthians na quinta-feira, às 21h30, novamente no Maracanã. O tricolor carioca será comandado por Marcão e sua comissão técnica, pois Fernando Diniz estará a serviço da Seleção Brasileira para as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.
O Botafogo começou o clássico com muito mais intensidade do que o rival. Em cobrança rápida de lateral com menos de um minuto, Júnior Santos recebeu e cruzou na medida para Eduardo, mas o atacante parou em grande defesa de Fábio. Na sobra, Tiquinho Soares não alcançou o rebote no segundo pau para abrir o placar no Maracanã.
A pressão alta do líder do campeonato forçaram os erros do Fluminense, que falhou em diversas saídas de bola e cedeu boas oportunidades para o rival. Para tentar sair do aperto, Germán Cano arriscou algumas finalizações de média distância contra Lucas Perri, mas o goleiro não deu nem chance para o argentino.
Quando a imposição do Botafogo parecia controlada, Júnior Santos marcou o primeiro gol do clássico. Tchê Tchê carregou facilmente pelo meio, levantou a cabeça e encontrou um lindo lançamento nas costas da marcação. O atacante, camisa 37, se infiltrou nas costas de Marlon, saiu cara a cara com Fábio, driblou o goleiro e jogou para o fundo das redes aos 19 minutos.
Na saída de bola, praticamente no lance seguinte, o líder do campeonato já ampliou o resultado. Com 21 no relógio, Júnior Santos recebeu de Eduardo no círculo central e puxou o contra-ataque pelo meio. O atacante carregou e esperou o movimento de Tiquinho Soares para lançar. O artilheiro quase perdeu o domínio, mas ajeitou o corpo e, com um toque na bola, encobriu o goleiro do Fluminense.
Na parada técnica para hidratação, Fernando Diniz cobrou muito os jogadores do tricolor carioca. Aos berros, o técnico orientou uma reação e mudança de postura em campo. Marlon, que não acompanhou Júnior Santos no primeiro gol, foi substituído ainda no primeiro tempo por Alexsander, visando melhorar a saída de jogo e recuando André para zagueiro.
A cobrança do treinador fez efeito e o time voltou muito melhor. John Kennedy, herói da classificação na semifinal da Copa Libertadores, chegou a ficar frente a frente com Lucas Perri, mas finalizou fraco. Mais tarde, já nos acréscimos, o camisa 9 ainda arriscou uma finalização de fora da área e acertou a trave esquerda.
O Fluminense voltou para a segunda etapa com a mesma proposta de controlar a posse de bola, mas tinha muita dificuldade para criar diante da forte marcação alvinegra. Apostando na velocidade do ataque, o Botafogo esperava um dos muitos erros de passe do adversário para sair rápido, usando principalmente Júnior Santos na ponta.
Na primeira oportunidade clara da etapa final, Marlon Freitas tabelou com Tchê Tchê pela direita, recebeu nas costas de André e invadiu a grande área em liberdade. O volante ajeitou o corpo e bateu rasteiro contra o goleiro Lucas Perri, mas a bola explodiu na trave antes de sair pela lateral.
As saídas de Júnior Santos e Tchê Tchê, ambos exaustos com o forte calor no Rio de Janeiro, diminuíram o ritmo do Botafogo, que passou a administrar mais a partida. Do outro lado, o Fluminense parecia desconectado do clássico poucos dias depois de um dos jogos mais marcantes da história do clube: a vitória contra o Internacional no Beira-Rio pela semifinal da Libertadores.
FICHA TÉCNICA:
FLUMINENSE 0 X 2 BOTAFOGO
FLUMINENSE – Fábio; Samuel Xavier (Yony González), Nino, Marlon (Alexsander) e Marcelo (Leo Fernández); André, Ganso (Lima) e Jhon Arias; John Kennedy, Germán Cano e Keno (Diogo Barbosa). Técnico: Fernando Diniz.
BOTAFOGO – Lucas Perri; Di Placido, Adryelson, Víctor Cuesta e Marçal; Marlon Freitas (Danilo Barbosa), Tchê Tchê (Gabriel Pires) e Eduardo; Júnior Santos (Luis Henrique), Tiquinho Soares (Hugo) e Victor Sá (Carlos Alberto). Técnico: Lúcio Flávio.
GOLS – Júnior Santos, aos 19, e Tiquinho Soares, aos 21 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – John Kennedy e Keno (Fluminense); Marlon Freitas e Tchê Tchê (Botafogo).
ÁRBITRO – Leandro Pedro Vuaden (RS).
RENDA – R$ 2.411.265,50.
PÚBLICO – 45.193 pessoas.
LOCAL – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).