O Azerbaijão iniciou nesta terça-feira (19) uma nova operação militar na região separatista de Nagorno-Karabakh, de maioria armênia.
A incursão acontece após Baku ter reportado a morte de quatro policiais e dois civis em explosões de minas na região, episódios que o país atribui a “terroristas” pró-Armênia.
Segundo o Ministério da Defesa do Azerbaijão, foram bombardeadas “posições das forças armadas armênias e infraestruturas militares”.
Já os separatistas de Nagorno-Karabakh denunciaram a “violação do regime de cessar-fogo” por parte do Azerbaijão em toda a linha de contato, com “ataques de mísseis e artilharia”.
“Estamos assistindo ao Azerbaijão se mover para a eliminação física da população civil e a destruição dos alvos civis”, disse à ANSA Sergei Ghazaryan, ministro das Relações Exteriores da autoproclamada República de Artsakh.
Enquanto isso, o governo da Armênia disse que não possui tropas na região e pediu uma intervenção do Conselho de Segurança da ONU e das forças de paz da Rússia no território.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, Maria Zakharova, afirmou que o país está “preocupado com a repentina escalada” da tensão e cobrou o respeito à trégua.
Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, cobrou que a ação militar do Azerbaijão seja “interrompida imediatamente para permitir um diálogo autêntico”.
Azerbaijão e Armênia já guerrearam durante cerca de um mês e meio pela posse de Nagorno-Karabakh em 2020, mas um cessar-fogo em vigor desde 10 de novembro daquele ano interrompeu o conflito, que deixou de milhares de mortos.
A disputa entre os dois países remete ao fim da década de 1980, em meio ao desmantelamento da União Soviética. Na guerra de 2020, o Azerbaijão retomou o controle de uma parcela do território de Nagorno-Karabakh, incluindo a importante cidade de Shusha, mas outras partes seguem sob poder de separatistas armênios, incluindo Stepanakert, principal município da região.