A Frontex, agência da União Europeia para controle de fronteiras, disse nesta terça-feira (28) que alertou a Itália no fim do último sábado (25) sobre uma embarcação superlotada que navegava no Mediterrâneo.
A notícia chega em meio à repercussão do naufrágio que deixou pelo menos 64 mortos na costa da região italiana da Calábria no domingo (26), uma das piores tragédias no Mediterrâneo nos últimos anos.
“Em tardas horas de sábado, um avião da Frontex que vigiava a área italiana de busca avistou uma embarcação pesadamente superlotada e que se dirigia rumo à costa italiana. Como sempre ocorre nesses casos, informamos imediatamente todas as autoridaes italianas”, afirmou um porta-voz da agência europeia à ANSA.
Segundo ele, a aeronave “monitorou a zona até ter de voltar para a base por falta de combustível”. Ainda de acordo com a Frontex, o barco transportava cerca de 200 pessoas e não apresentava “sinais de perigo”.
“As autoridades italianas enviaram duas patrulhas para interceptar a embarcação, mas as condições meteorológicas adversas as obrigaram a voltar para o porto. A operação de resgate foi declarada nas primeiras horas de domingo, após o naufrágio ter sido localizado na costa de Crotone”, disse o porta-voz.
O barco havia partido da Turquia e viajava por uma rota migratória incomum, uma vez que a quase totalidade das embarcações de migrantes que chegam na Itália é originária da Líbia ou da Tunísia, no norte da África.
O naufrágio ocorreu em um trecho que não é monitorado pelas ONGs humanitárias do Mediterrâneo Central, alvos de um decreto do governo de Giorgia Meloni que dificultou suas atividades.