Por Ricardo Magatti
A altitude de La Paz, o desentrosamento dos reservas e o fato de ter de jogar com um a menos em parte do jogo foram determinantes para o Palmeiras estrear na Libertadores com uma dura derrota, a primeira da equipe paulista fora de casa em estreias na história do torneio continental. Em uma noite infeliz, o time alviverde não foi copeiro como se acostumou a ser e perdeu de virada para o Bolívar por 3 a 1 nesta quarta-feira.
Enquanto os titulares descansam para a finalíssima do Paulistão, os reservas do Palmeiras fizeram um jogo razoável, mas sentiram muito os efeitos da altitude e levaram a virada dos bolivianos ainda no primeiro tempo, etapa mais movimentada da partida. No segundo, cansado, o time paulista foi incapaz de reagir.
Abel Ferreira terá pouco tempo para reerguer o moral da equipe, que precisa ganhar no domingo por 2 gols do Água Santa para ser campeão paulista. O treinador tenta encontrar soluções em um elenco que começou a conviver com lesões. Mayke sofreu dura entrada no tornozelo na Bolívia e foi o último a entrar para a lista dos machucados.
O primeiro tempo se dividiu em três fases: pressão sem eficiência do Bolívar, resposta com gol do Palmeiras e nova pressão, dessa vez efetiva, dos donos da casa. Copeiro, o time alviverde suportou os primeiros momentos desfavoráveis, reagiu e foi às redes com um golaço de Flaco López.
Do bico da área, o argentino acertou um chute violento no ângulo e viu a bola bater na trave antes de entrar. O golaço deixou o Palmeiras confortável no jogo. Foram ao menos três chances para marcar mais um. Ocorre que Breno Lopes cansou de perder gols e, para piorar, a defesa cometeu erros que custaram caro.
No mais claro deles, o jovem zagueiro Naves vacilou na saída de bola, que ficou com Fernández. Ele cruzou na cabeça de Hervías, que empatou. Ainda assim, os reservas faziam uma apresentação inteligente, considerando suas limitações.
Mas Jailson, o mais criticado de todos os atletas do elenco, tornou mais difícil a vida dos palmeirenses em um lance de pouca inteligência. Ele se atirou com o braço erguido e levou o segundo amarelo pela falta. Na sequência da expulsão, os bolivianos viraram com Bejarano.
No segundo tempo, a superioridade numérica dos bolivianos foi desfeita rapidamente depois que José Sagredo recebeu o segundo amarelo. Mesmo assim, o Palmeiras não encontrou forças para reagir. Abel fez todas as modificações de que tinha direito, mas faltou gás e sobrou inexperiência para tantos jovens em campo, alguns deles estreantes no time principal, o que ficou claro no terceiro gol do Bolívar, marcado por Uzeda. Lomba fez mais defesas e evitou uma goleada.
Exauridos, os palmeirenses pouco produziram ofensivamente e exageram nos erros no ataque. Muito deles foram fruto da dificuldade em se adaptar à velocidade da bola na altitude. Para um time desacostumado a perder no continente, a derrota foi dura, a primeira na história em estreias fora de casa no torneio, mas não deve causar complicações para o Palmeiras no grupo.
FICHA TÉCNICA
BOLÍVAR 3 X 1 PALMEIRAS
BOLÍVAR – Lampe; Jesus Sagredo, Bentaberry e Jose Sagredo; Bejarano (Ferreyra), Saucedo (Villarroel), Villamil e Roberto Fernández; Rodríguez, Hervías e Ronnie Fernández (Gabriel Poveda). Técnico: Beñat San José.
PALMEIRAS – Marcelo Lomba; Garcia (Gabriel Menino), Luan, Naves (Ian) e Vanderlan; Jailson, Fabinho (Richard Ríos) e Artur; Mayke (Pedro Lima), Breno Lopes (Navarro) e Flaco Lopez. Técnico: Abel Ferreira.
GOLS – López, aos 12, Hervías, aos 20, e Bejarano, aos 46 do primeiro tempo; Uzeda, aos 43 do segundo.
ÁRBITRO – Alexis Herrera (Venezuela).
CARTÕES AMARELOS – Luan, Sagredo e Villamil.
CARTÕES VERMELHOS – Jailson e José Sagredo.
PÚBLICO E RENDA – Não divulgados.
LOCAL – Estádio Hernando Siles.